quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ÍNDICE DE CONFIANÇA

A Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice de Confiança da Justiça, que avalia a percepção que as pessoas fazem de algumas instituições do país. Chama atenção que a pesquisa foi realizada no terceiro trimestre do ano, período do desenvolvimento da campanha eleitoral para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. A pior avaliação coube aos partidos políticos, que já estavam em último lugar no trimestre anterior e despencaram em plena campanha. Nem mesmo a cobertura jornalística, as propagandas obrigatórias no rádio e na tevê, os comícios foram capazes de proporcionar uma melhor avaliação dos partidos. Pelo contrário, apenas 8 por cento dos entrevistados disseram que eles eram confiáveis. A pesquisa é mais um indicador que eles estão desacreditados e que alguma coisa precisa se feita para que recuperem pelo menos uma parte do prestígio perdido. Entre outras causas está a distribuição farta de legendas para candidatos classificados como fichas sujas, e o balcão de negócios em que se transformaram. Obviamente não é bom para a democracia esse quadro. Em seguida, como pior avaliação, está o Congresso Nacional. Será que é preciso dizer mais alguma coisa?O debate em torno de temas sensíveis para a religiosidade como aborto, casamento homossexual, célula tronco, camisinha e outros contribuíram para que a instituição ” igreja ” fosse a segunda melhor avaliada pela população. O termo se refere principalmente às igrejas católica e evangélica. A instituição melhor avaliada, segundo a Fundação Getúlio Vargas, foram as Forças Armadas. O debate para o segundo turno da eleição presidencial escorregou dos temas políticos para comportamentais, legais, religiosos, morais e isto explica porque as instituições religiosas cresceram tanto no conceito da população. Imprensa escrita e televisão ficaram em posições intermediárias com boas avaliações.

O recado está dado: é preciso uma reforma política para a recuperação da imagem do Congresso. Não é possível mais manter na gavetas propostas como a que reduz de dois para um os suplentes de senador, com a proibição de indicação de pais, irmãos,. esposas, maridos, filhos, como acontece hoje. Geralmente a segunda vaga é ocupada por alguém que banca a campanha financeiramente por baixo do pano. Com isso os suplentes assumem, ficam até completar o mandato do titular sem ter tido um único voto!! Atualmente são 16 esse tipo de excelência no senado. O senador Edison Lobão tem o filho como suplente, Gilvam Borges o irmão, Eduardo Braga a mulher, Ivo Cassol e Marcelo Miranda os pais e finalmente Fernando Collor tem dois primos na suplência. Porque senadores não são obrigados a renunciar para assumir outro cargo público como nos Estados Unidos? Hilary Clinton renunciou para assumir a Secretaria de Estado de Barak Obama.

A sociedade é forçada a participar desse jogo, tanto eleitoralmente como através do pagamento de impostos que garantem uma situação privilegiada que a maioria da população não tem. Quando suas excelências ficam doente não procuram os hospitais do SUS, nem os seus filhos e netos estudam em escolas públicas. O que podem gastar com dentista, muita gente não ganha durante um ano. Só a pressão popular, cidadã pode mudar esse quadro, do contrário projetos que mexam nos privilegio vão continuar nas gavetas trancadas e longe dos olhos do contribuinte;eleitor/cidadão.

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