segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

'O empresário do passado não sobreviveria'

O Grupo Votorantim está fazendo 95 anos. E continua sendo familiar, dos poucos que conseguiram fazer a transição de uma geração para outra incorporando instrumentos de administração moderna e eficiente. "Investimos bastante em formar talentos com a nossa cultura, com os nossos valores. A família realmente não abre mão disso, é a nossa essência", explica José Roberto Ermírio de Moraes, presidente do conselho de administração do Grupo. Low-profile, Beto, como é chamado pelos amigos, relutou em dar entrevista. Mas cedeu aos apelos da coluna, que recebeu em seu escritório da Rua Amauri, semana passada.
'Profissionalizar significa ter pessoas certas, acionistas ou não' - Paulo Liebert/AE
Paulo Liebert/AE
'Profissionalizar significa ter pessoas certas, acionistas ou não'

Acredita, como outros integrantes da família, que a empresa familiar, se conseguir resolver essas complexidades da passagem de geração para geração, adaptando o modelo conforme as necessidades, pode ser um plus, um fator de diferenciação. Existem estatísticas, feitas pelo mundo, mostrando que empresas familiares bem geridas tiveram retorno acima das empresas públicas, sem donos, nos mercados onde competem.

A seguir, os melhores momentos da conversa.

Como é tocar um grupo do tamanho da Votorantim?

O Grupo é bastante complexo. Atuamos em seis grandes áreas de negócios: cimento, metais, mineração, energia, celulose, laranja e no setor financeiro. É um portfólio atípico. Grupos do mesmo porte e com a mesma diversificação são raros. Isto aumenta muito a complexidade da gestão, devido à necessidade de entender profundamente a dinâmica de todos os negócios, tentar prever como será o futuro de cada um deles e seus fatores de sucesso, além de um esforço operacional, da mesma proporção, para operar as empresas dentro das melhores práticas mundiais. A questão de ser mais ou menos diversificado é uma reflexão bastante desafiadora. Desde que eu trabalho no Grupo, já presenciei vários modismos acadêmicos, defendendo maior ou menor diversificação. Mas posso afirmar que, nestes 95 anos de história, a diversificação tem sido boa por vários motivos. Mas, durante todo este período, estamos sempre procurando focar nos negócios que consideramos mais atraentes.

A profissionalização está funcionando?

Boa pergunta. Uma das principais atribuições da nossa geração é estar sempre questionando a governança a o modelo de gestão. Estes vêm sendo aprimorados de geração para geração. Cada geração, desde o fundador, exigiu um perfil de pessoas e uma estrutura organizacional adequados para aquele determinado momento da empresa. Por exemplo: no caso do fundador, ele era o visionário, o estrategista e o empreendedor. Fazia tudo sozinho, com uma capacidade e uma velocidade de decisão sem iguais, não precisando se preocupar em prestar muitas informações justamente por ser o único dono do negócio. À medida que a sociedade se torna mais complexa, com a vinda das gerações seguintes, temos a necessidade de compartilhar decisões, assim como uma maior transparência nas informações. A complexidade aumenta, a estrutura organizacional tem de se ajustar à nova realidade, e o perfil das pessoas exige novas habilidades - como saber conviver em um ambiente de trabalho mais compartilhado, com transparência e processos mais estruturados.

Uma somatória de papéis?

Em parte sim. Tivemos a sorte de contar sempre com acionistas que contribuíram de maneira significativa nos diferentes ciclos de desenvolvimento dos negócios. Diria que é uma somatória de contribuições feitas ao longo destes anos. Na verdade, o Grupo vem investindo bastante na formação de talentos alinhados com nossa cultura e nossos valores. A família realmente não abre mão disso, é a nossa essência. As pessoas devem trabalhar aqui porque gostam e acreditam no Grupo. É uma questão de admiração e inspiração. Sem isso, nada dará certo. Manter o controle familiar é outro componente muito importante para nós, pois acreditamos que, se a empresa familiar planejar e se preparar de forma antecipada aos desafios dos processos de sucessão de gerações e procurar estar sempre se renovando e estar em negócios atraentes de forma competitiva, estudos mostram que a performance é superior ao das empresas de capital aberto sem sócio majoritário.

Uma coisa estranha: a geração de vocês está no conselho, mas sempre que os procuro, vocês estão trabalhando no escritório...

É verdade. Somos conselheiros de dedicação em tempo integral. Diferentemente dos conselhos que se reúnem a cada trimestre. Além das nossas atribuições mencionadas anteriormente (de estar constantemente aperfeiçoando o modelo de gestão), também acompanhamos as operações, apoiamos os diretores das unidades de negócio, facilitando os processos de decisão, discutimos a estratégia de longo prazo e, sem contar a dedicação permanente em formar pessoas de talento (que serão um fator importante de diferenciação), visitamos as indústrias em outros países. Em suma, isso já nos mantém bastante ocupados.

Se não fosse empresário, o que seria?

Estou com 54 anos e, neste momento da minha vida, talvez não conseguisse substituir uma atividade tão nobre quanto esta que eu, meu irmão e meus primos desempenhamos por outra que desse tanta satisfação.

Quais são as características fundamentais para ser um bom empresário?

Inicialmente é importante ter uma aspiração, um sonho. A partir daí, desenvolver um bom projeto de longo prazo. Segundo, montar uma equipe de profissionais competentes e com experiência no setor escolhido. Sendo este um aspecto muito importante, pois o empresário voluntarioso do passado, que queria fazer tudo sozinho, dificilmente conseguiria sobreviver em uma economia aberta e competitiva como a de hoje. Fatalmente, dificuldades não previstas irão surgir, no campo macroeconômico ou operacional. E com tantas variáveis a serem equacionadas para o empreendimento dar certo, com certeza a perseverança terá de ser uma virtude fundamental para o sucesso do seu projeto.

Mudando de assunto, como você vê a crise atual? Existe algum perigo de a Comunidade Europeia se desfazer?

A complexidade e a extensão da atual crise são muito grandes. Principalmente pelo desequilíbrio macroeconômico dos países desenvolvidos, que vão demorar anos para arrumar a casa. Acredito que alguns países menores da Comunidade Europeia terão de refletir se convém permanecer no bloco - já que a perda da autonomia da política monetária é, em parte, uma desvantagem.

Para quem é vantagem?

Para França e Alemanha. A criação do euro foi muito conveniente. De certa forma, crou-se um guarda-chuva que mantém suas economias competitivas em relação aos outros membros. Acredito que muitas mudanças de regras terão de ser feitas no campo fiscal e na governança. Mas principalmente na gestão de consequências para aqueles que não seguirem as regras.

Como o Grupo Votorantim está se preparando para este momento da economia mundial? É muito difícil fazer planejamento de longo prazo?

É uma situação que se assemelha a um cassino. Você tem de apostar suas fichas em um determinado cenário e torcer para que esteja certo. São decisões muito difíceis, pois a volatilidade dos mercados tem sido grande. O Grupo procura ser financeiramente conservador no seu patamar de alavancagem, apostando em setores nos quais a competitividade é mais visível e investindo constantemente nas melhorias operacionais. Procurando sempre estar em uma posição diferenciada em relação à concorrência.

Ser mais eficiente, não é?

Na verdade, ser mais competitivo é o que importa. Você pode operar um negócio de forma eficiente e não ser competitivo, por talvez não possuir condições estruturais adequadas. Veja o caso da elevada competitividade que a Vale tem com relação ao minério de ferro de Carajás.

Ser o maior é mais importante?

Nem sempre. Você pode ser líder mundial de um determinado negócio e ter resultados inferiores ao dos concorrentes. Veja o nosso exemplo no setor de cimento. Estamos atualmente na oitava posição no ranking mundial entre os principais produtores, mas conseguimos ter melhores resultados em relação a alguns de nossos maiores concorrentes.

O Brasil é a bola da vez? Você teme a concorrência?

Concorrência faz bem para todos, faz parte do jogo. Exige estar sempre se reinventando e buscando a excelência de forma contínua. Estamos preparados para a concorrência, buscamos de forma obcecada estar sempre entre os melhores. Mas, na última década, o crescimento do "custo Brasil" traz preocupação. Ou seja, o aumento da carga tributária, juros altos, real muito valorizado, infraestrutura ineficiente, serviços públicos (como educação, saúde e transporte) de baixa qualidade e muitos outros fatores que vêm onerando a competitividade local. O lado positivo é que o Brasil, neste cenário de crise mundial, tem se destacado, principalmente, pelo crescimento no mercado interno - e isso vem atraindo muitos investimentos. Serão U$ 60 bilhões de investimento estrangeiro em 2012.

Vocês têm feito investimentos externos?

Bastante, nos últimos anos, em setores como o de cimento, estando presente em toda a América Latina, América do Norte, Europa, Extremo Oriente e Ásia. No caso dos metais, estamos com operações importantes no Peru e na Colômbia.

E hobby, você tem algum?

Eu acho que o hobby é uma atividade importante, que ajuda a dar equilíbrio à pessoa. Sempre gostei muito de esporte, de leitura do mundo dos negócios e de história. Quando sobra um tempo, gosto de música - e toco bateria. Por fim, estar com a família é prazeroso, um ato que devemos sempre cultivar.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Setor industrial da Alemanha tem forte recuperação em outubro
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um crescimento expressivo da demanda de empresas estrangeiras (com destaque para a a zona do euro) ajudou o setor industrial alemão a ter uma forte recuperação em outubro, informou nesta terça-feira o Ministério da Economia.
O total de novas encomendas às indústrias aumentaram 4,2% em outubro, após um decréscimo de 4,6% em setembro (dado revisado). Economistas previam um incremento de somente 1% para o período.Encomendas do setor externo aumentaram 8,3%, sendo que somente os pedidos com origem na eurozona aumentaram 16,2%. A demanda doméstica cresceu apenas 1,4%.Especialistas avaliaram que os números não significam necessariamente uma reviravolta na tendência de desaceleração vista neste ano, mas, pelo menos sinalizam que uma contração mais profunda provavelmente não deve ocorrer.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sinal de alerta na China

Sinais inquietantes vêm da China. Em outubro, as exportações chinesas tiveram a menor alta em quase dois anos, afetadas pela desaceleração nos EUA e pela crise na União Europeia. Indústrias chinesas já falam em demissões e redução de produção.

Para nós, brasileiros, muitíssimo dependentes da China como compradora das nossas commodities, isso é péssima notícia.

Quando a crise bater mesmo na China, ela vai reduzir suas importações de matérias primas, e aí nós vamos sentir com força as repercussões da desaceleração mundial.

Ao mesmo tempo, há dados animadores. A última Carta Brasil-China, do Conselho Empresarial Brasil China, mapeia os investimentos chineses no Brasil neste ano.

Antes muito concentrados em indústria extrativa e recursos naturais, os investimentos chineses agora estão mais direcionados para o setor de manufatura.

Dos US$ 7,14 bilhões anunciados de janeiro ao fim de outubro, em 16 projetos, 55% vão para manufatura, e 13% para recursos naturais. Destes, 43,75% são para o setor automotivo e 12,5% para o eletroeletrônico.

Como disse o economista Antonio Barros de Castro, que morreu neste, "com a recente dinamização do mercado brasileiro de consumo, estão se multiplicando as aplicações chinesas de pequeno e médio porte na esfere de manufaturas".

Ou seja, os chineses também estão tentando fazer "hedge" (proteção). Testemunhando o declínio dos mercados consumidores da Europa e EUA, tradicionalmente seus maiores alvos, eles buscam se posicionar no Brasil.

Seria bom o Brasil também estar fazendo seu "hedge", procurando não depender tanto da venda de matérias-primas para a China e explorar mercados para suas manufaturas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Opinião Econômica - 2011, o ano-década

Nizan Guanaes

Folhapress/Divulgação/JC
Nizan Guanaes é publicitário e presidente do Grupo ABC
Nizan Guanaes é publicitário e presidente do Grupo ABC

Este foi o ano depois do ano em que o PIB cresceu 7,5%. Foi, não, é. Porque, apesar de toda a água que já passou debaixo da ponte, o ano ainda não acabou. Aquela sensação comum, já novembro, de que o ano passou rápido demais, veio neste ano acompanhada de uma sensação oposta, a de que o ano demora a acabar, cada dia cheio de acontecimentos, cada semana valendo um mês, cada mês, um ano: este ano valeu por uma década.

É um cansaço satisfeito, guerreiro, de correr atrás dos sonhos que antes eram sonhos e agora são sonhos possíveis, próximos. Avançamos sob o impacto de dois aceleradores: o econômico, já que crescemos de forma robusta e sustentável, e o da tecnologia. Nossos negócios prosperam impulsionados por um salto tecnológico que transformou tudo em comunicação instantânea. E comunicação é tudo.

Fechamos vendas, contratos e projetos com rapidez cada vez maior. Temos capital, temos mercado, temos confiança e temos a facilidade bestial de comunicação, que, no fundo, é a maior das revoluções, a marca do nosso tempo. Nosso fio condutor está plugado nas duas pontas em tomadas poderosas: a do mercado interno, finalmente do tamanho do Brasil, e a do mercado externo, que, mesmo em crise, segue investindo cada vez mais recursos em nossa economia.

A dinâmica local e a dinâmica global nos favorecem. O Brasil virou referência de desenvolvimento num mundo rico em crise que olha para a China e tem medo, que olha para a Índia e não entende, mas que olha para o Brasil e sorri. Somos um gigante fácil de falar e de compreender.

O mundo redescobriu o Brasil, com um apetite tremendo, não só por nossos produtos manufaturados e commodities, mas também por nossa cultura, nossa inteligência particular, nossa brasilidade. A revista ditadora de modas globais Wallpaper escolheu como "casa do ano" um projeto de Isay Weinfeld, que é do Brasil. A "cidade do ano" é o Rio de Janeiro. O Brasil já é um líder global. Agora, os líderes do Brasil nas suas respectivas áreas têm de ir além das nossas fronteiras porque o Brasil já foi. Há uma expectativa enorme do mundo em relação a nós. Há um interesse enorme, que precisa ser saciado.

Não podemos mais virar avestruz, enfiar a cabeça dentro da terra e ficar protegido na zona de conforto. A participação brasileira no Fórum Econômico Mundial em Davos, no começo do ano que vem, deve ser muito maior do que em edições anteriores. Cansei de ir a fóruns internacionais e ver tropas de indianos, de chineses e de outros emergidos e emergentes fazendo seu show enquanto o Brasil, muito mais sexy, mal dava as caras.

Estamos acordando para oportunidades novas: turismo e cultura. São áreas nas quais o Brasil pode se firmar como potência. Para vender a indústria brasileira é preciso firmar a cultura, a arquitetura e o design do Brasil. São eles que darão cara ao Made in Brazil.

Claro que o Brasil tem todos os problemas que conhecemos, como a carga tributária, os perigos da desindustrialização. Mas não podemos ficar só nessa pauta. Precisamos também entrar na pauta boa, da produtividade, da inovação, da construção de marca.

Não acredito que o Brasil possa competir no mundo com os produtos baratos. O Brasil vai conseguir competir com os produtos melhores. Não acredito que o biquíni brasileiro possa ser vendido por preço. Ele vai ser vendido por charme, por "appeal", por marketing.

É natural que a indústria lute por incentivos. Mas a pauta não pode se resumir a isso.

Vender uma cadeira brasileira não é fácil, mas se ela for dos irmãos Campana é muito mais fácil. Isso é ser global, é ter um pensamento global. É uma mudança, grande, que vai dar trabalho e já está em curso.
Temos de transcender. A vida é uma pista de avião. Se um marciano olhar a pista, não vai entender: um negócio que liga nada a lugar nenhum. Ela só faz sentido se você voar.

O Brasil levantou voo e vai veloz. Este ano valeu por uma década, uma década vencida. E 2012 já vem aí. Feliz outra década para você!

Publicitário e presidente do Grupo ABC

sábado, 27 de agosto de 2011

Fogo inimigo

Mário Negromonte é a bola da vez. Na limpeza ética que dona Dilma Rousseff (PT) foi levada a fazer na sua equipe ministerial, o próximo a ser defenestrado deve ser o ministro das Cidades, do PP baiano. Negromonte assumiu a pasta sem legitimidade. Era um deputado federal que, apesar de ter ocupado a liderança de sua bancada, nunca despontou como um líder partidário. Tanto é que parte desta bancada se indispôs com o ministro e quer a sua cabeça. Chamada a opinar sobre o caso, a ministra Ideli Salvatti (PT), das Relações Institucionais, tratou de sufocar a rebelião: “O governo não vai aceitar que disputas internas nos partidos aliados interfiram na manutenção dos ministros”. Agora é tarde, ministra, Inês é morta. O que a ministra não sabe é que o “fogo inimigo” está disparando mísseis capazes de destruir a biografia de Negromonte. Municiado por gente do próprio PP, o jornal O Estado de S.Paulo, na sua edição de quarta-feira, traz uma acusação que deixou Negromonte irritadíssimo. Diz o jornal que o ministro das Cidades usou verba da Câmara, quando era deputado federal, para pagar empresa contratada para prestar serviço durante a campanha eleitoral de 2010. “Tudo legal, moral e constitucional. Tudo permitido. Não tem nada errado. Se não, eu não estaria aqui”, disse o ministro, com cara de paisagem.

CONTROLE
Há controvérsias. Ele ainda está no ministério porque as acusações que pesam sobre ele - e não são poucas - ainda não foram apuradas pelos órgãos de controle: o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral da União. Aí, só Deus sabe.

Palestra

José Fogaça, ex-prefeito e presidente da Fundação André Forster, foi à posse do ministro Mendes Ribeiro (PMDB), em Brasília, e trouxe a confirmação do nome do próximo palestrante do “Prato do Dia”, evento realizado sob a chancela do PMDB: será o próprio ministro da Agricultura. O “ágape” será realizado no próximo dia 1 de setembro. É esperado público de Estádio Olímpico.

Da liturgia do cargo

Na vida, todos aqueles que assumem cargos importantes na sociedade devem respeitar a liturgia do cargo. É assim na política, na economia, na cultura e no esporte. No esporte, na noite de quarta-feira, o capitão do Internacional - o zagueiro Bolívar - chutou para o alto a liturgia do cargo. Recebida a taça de campeão da Recopa, Bolívar levantou o troféu e correu em direção às torcidas organizadas. E o resto da torcida, bulhufas! Deselegante...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Empresas com sócios laranjas

Esquema usava empresas com sócios laranjas

Dívida tributária era assumida por empresas de fachada e sem patrimônio, o que impedia a cobrança pela União e por Estados

Para cometer as fraudes apuradas pela Polícia e Receita Federais, a quadrilha usou vários laranjas para montar dezenas de empresas, a maioria com os mesmos nomes nos contratos sociais, os mesmos contadores e, em vários casos, até endereços iguais. Foi o que revelou a investigação que resultou ontem na Operação Alquimia, que teve origem na autuação de apenas uma empresa em Juiz de Fora (MG), ainda na década de 90.

Segundo o delegado federal Marcelo Freitas, em 2002 foi instaurado inquérito para investigar essa empresa, cujo nome não foi revelado, mas foi um dos alvos de mandado de busca e apreensão na operação de ontem. Durante a investigação, policiais e auditores descobriram que o esquema era bem maior e envolvia várias companhias, a maioria em nome de laranjas.

Freitas explica que, para fraudar o Fisco, essas empresas laranjas compravam produtos que, na verdade, eram de interesse das empresas do grupo que opera realmente no mercado. Como a dupla tributação é vedada pela Constituição, as empresas de fachada assumiam os tributos da aquisição dos produtos, inclusive pelas importações. Quando eram autuadas, elas fechavam as portas, transferiam o patrimônio para outras companhias do grupo e assumiam sozinhas a dívida tributária. As investigações mostraram que uma das empresas chegou a "vender" uma frota de carretas para outra por R$ 1.

"A consequência é que a União ou os Estados não tinham como reaver o patrimônio efetivamente sonegado", ressaltou Freitas. Além disso, parte do patrimônio das empresas e dos envolvidos na fraude, segundo o delegado, era direcionado a companhias com sede no exterior.

Ilha. O presidente da Sasil Industrial e Comercial de Petroquímicos, Paulo Sérgio Costa Pinto Cavalcanti, não foi localizado. A empresa, fundada em 1973, tem filiais em 12 Estados e é distribuidora oficial de produtos da Braskem. Segundo familiares - entre eles um irmão, Thiago, que foi ouvido pela Polícia Federal e liberado em seguida -, ele estaria no exterior. A mesma explicação foi dada por familiares do diretor comercial Fernando Caribé Filho, também citado na investigação.

Cavalcanti seria o proprietário de uma ilha de 20 mil metros quadrados avaliada em R$ 15 milhões (apenas o terreno), confiscada pela Receita no fim da manhã. Nem a Polícia Federal nem a Receita, porém, confirmam oficialmente a informação.

Na ilha, ricamente decorada e cheia de itens de lazer, os agentes apreenderam cofres com barras de ouro e prata, jet-skis, barcos, lanchas, triciclos e duas armas - um fuzil e uma pistola. / COLABORARAM TIAGO DÉCIMO, EVANDRO FADEL e ANGELA LACERDA

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cupertino divulga imagem da sede "espaçonave" da Apple

A proposta da Apple para seu Campus 2 incluí um escritório, um prédio de pesquisa e desenvolvimento que, no total, terão 260 mil m² segundo informações do site da cidade e do TechCrunch. O projeto prevê um auditório de mil assentos, um centro de fitness e 27 mil m² de área de pesquisa, usina de energia e estacionamento subterrâneo.

Steve Jobs participou de audiência da cidade de Cupertino para falar do negócio
Steve Jobs participou de audiência da cidade de Cupertino para falar do negócio

Cupertino diz que eles ainda têm de analisar o impacto ambiental do projeto e ter um pouco mais audiências públicas antes que ele seja realmente aprovado. O plano da Apple é a inovar no próximo ano e ter a nova sede em 2015. De acordo com cálculos do TechCrunch, ela vai abrigar mais de 12 mil funcionários no seu prédio enorme.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Brasil ficou muito caro

Por todo lugar onde passo, ouço histórias de indústrias brasileiras que perdem mercado para concorrentes chineses. Trata-se de uma dupla perda. De um lado, há companhias locais que não resistem à entrada dos produtos importados. Na outra ponta - e talvez seja o caso mais dramático -, empresas exportadoras são deslocadas pelos chineses de mercados na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa.

São situações bem diferentes, a exigir respostas diferentes. No caso da concorrência dos importados, é até mais fácil. No limite, e sem discutir, por ora, o mérito dessa política, o governo brasileiro pode impor severas restrições à importação, combinando-as com medidas de favorecimento ao produto nacional. Como, aliás, já começa a fazer.

Mas como fazer para equilibrar a concorrência com os chineses no mercado de ônibus urbanos no Peru? Pode-se até conseguir alguma coisa por meio da diplomacia - Hugo Chávez, por exemplo, a um dado momento, deu preferência a produtos e serviços brasileiros, como na construção de obras públicas. Mas está claro que isso é episódico. Governos estrangeiros, em regra, não vão conceder proteção às mercadorias brasileiras.

Que fazer? Executivos envolvidos nessas histórias têm suas explicações e propostas.

O real valorizado e o yuan, moeda chinesa, desvalorizado são, claro, parte importante do problema. Mas tenho ouvido cada vez mais outras interpretações, que colocam a questão da competitividade geral das duas economias.

Os salários chineses, por exemplo. Já não são baixos, pelo menos não nos setores mais avançados, como eletrônicos, informática e tecnologia da comunicação - contam executivos que lidam com essa concorrência. Dizem que os salários têm subido de maneira expressiva nos últimos anos e, mesmo assim, os produtos deles preservam preços competitivos no mundo todo.

Mas os impostos sobre a folha de salários fazem muita diferença. Ou seja, em diversos setores econômicos, o dinheiro que o trabalhador brasileiro leva para casa não é mais do que o obtido pelo chinês. A diferença efetiva está no imposto cobrado sobre a folha de salários: aqui, algo como 35%; lá, quase nada.

Na verdade, o peso dos impostos brasileiros fica cada vez mais evidente. Ouço frequentes relatos de executivos brasileiros que têm na ponta da língua a sequência infinita de impostos, taxas e contribuições que pagam desde o início da produção até colocar a mercadoria no navio.

Todo mundo sabe disso, a começar pelo governo. Tanto que todas as políticas industriais incluem como peça essencial a desoneração de impostos para setores e empresas. Mas não funciona, porque só podem ser beneficiados alguns poucos escolhidos, uma vez que o governo continua precisando de arrecadação para financiar gastos crescentes. Este ou aquele setor ganha uma competitividade extra, e dependente das autoridades de plantão, mas o geral da economia continua pagando caro.

O outro problema cada vez mais evidente é o custo de capital - a taxa de juros.

A empresa brasileira se financia a juros muito, mas muito maiores que a chinesa. De novo, a política industrial concede financiamentos a juros baixinhos via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas poucos têm acesso a esse dinheiro barato. Quer dizer, barato para o tomador, mas caro para o governo, que o subsidia.

Acrescente o custo da infraestrutura - a gente não faz um aeroporto novo há décadas, os chineses fizeram uma rede - e se tem a história toda.

Nada disso é novo. O que me parece novo é o aparecimento frequente desse tema na bronca dos executivos. Antes, quase só se reclamava da taxa de câmbio. Hoje se fala mais do custo Brasil, antes do câmbio.

Essa é a abordagem correta. Claro que um real bem desvalorizado - a R$ 3 por dólar, digamos - tornaria mais competitivos os produtos brasileiros lá fora. Mas provocaria uma forte inflação local, ao encarecer os importados e os produtos locais comercializáveis internacionalmente. Seria um novo tipo de custo Brasil.

Por outro lado, a proteção ao produto brasileiro no mercado brasileiro também vai encarecer o preço, sem representar ajuda para a exportação.

Eis o ponto: produzir no Brasil ficou muito caro - pelos impostos e juros e pelo ambiente de negócios (custos burocráticos, de licenciamento, etc.) - e não há mais real desvalorizado que resolva.

Bobeamos nisso. Há anos que a carga tributária aumenta todos os anos - e isso tem passado quase sem oposição. Não digo que devemos importar os republicanos americanos, mas vamos reparar: a gente paga mais imposto que os americanos.

Há anos pagamos juros elevadíssimos e parece que está tudo bem. Até acreditamos quando nos dizem que sai em seis vezes no cartão sem juros. Ora, pessoal, essa autoenganação está passando do limite.

O que atrapalha o Brasil, o que impede o crescimento mais rápido, o que nos derrota na concorrência com os chineses é o governo - que arrecada demais, gasta demais, e mal, e ainda por cima deve muito, toma muito dinheiro emprestado, forçando os juros para a Lua.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Câmbio atrelado


Uma das moedas que mais se fortaleceram em relação ao dólar e ao euro é o franco suíço. Apenas em agosto, saltou 3,1%, e ao longo deste ano, 18,5%.

Apesar das fortes reclamações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o real não foi tão seriamente atingido na tal guerra cambial como o franco suíço. Em agosto, desvalorizou-se 4,1%, e, só em 2011, subiu 2,8% (veja o gráfico a seguir).

DolarVariacoes.jpg

Autoridades suíças se preocupam com a forte valorização do franco, que tira competitividade do produto de exportação. Já levaram o Banco Nacional da Suíça (banco central) a intervir no mercado com compra de euros, para elevar a oferta da moeda e neutralizar, em parte, a escalada das cotações. Como isso tem sido insuficiente, a proposta agora é atrelar o franco ao euro. Se for assim, o câmbio na Suíça deixará de ser flutuante, passará a ser fixo.

É o que a China faz há anos na sua política cambial. Não importa o que aconteça com o dólar, o yuan vai junto, como barquinho amarrado ao navio. É o que garante a competitividade do produto chinês de exportação. Mesmo diante da desvalorização do dólar no câmbio internacional, a produção não fica mais cara em dólares pois sua cotação não muda. Permanece em torno de 6,4 yuans por dólar.

Se essa política deu certo na China e se é o que pretende a ortodoxa Suíça, por que o Brasil não poderia fazer o mesmo?

Não basta providenciar essa amarração por decreto ou canetada. Tomada a decisão, é preciso que o banco central defina a cotação que pretende defender no mercado e, depois, comprar moeda estrangeira sempre que a cotação tender a baixar; ou vender quando tender a subir.

A China não emite moeda para fazer esse jogo por contar com uma impressionante poupança interna, cerca de 51% da renda média da população. O chinês poupa mais da metade do seu salário, deposita nos bancos e eles a recolhem ao Banco do Povo da China (banco central). Essa munição é usada para comprar os dólares que provoquem alta da cotação do yuan.

A Suíça pode, em princípio, providenciar uma cotação atrelada ao euro (euro peg), pois possui uma moeda forte. Poderá usar parte de suas sobras orçamentárias e de francos emitidos. Mas não poderá abusar das emissões porque provocariam inflação. Por isso, as autoridades afirmam que essa mudança na sua política cambial será somente temporária. O problema é que a saída ficaria muito difícil.

Com baixo nível de poupança (17% do PIB), o Banco Central do Brasil teria um estreito campo de manobra se o foco fosse garantir o atrelamento do real ao dólar. É verdade que poderia radicalizar o que já faz hoje, com sua política de ampliação de reservas (câmbio flutuante sujo): poderia emitir reais para comprar dólares excedentes e, depois, retirá-los do mercado com vendas de Títulos do Tesouro Nacional. Mas isso elevaria substancialmente a dívida bruta se o dólar se enfraquecer demais. Para evitar o problema, o governo teria de ter uma disciplina fiscal (redução de despesas públicas) muito mais firme.

O risco maior seria o jogo virar e o mercado global apostar contra o real. Isso, se houvesse uma forte saída de moeda estrangeira. Assim, para sustentar o câmbio fixo, o Banco Central teria de vender reservas. E o atual colchão de US$ 350 bilhões.

CONFIRA

Ouro11AGO.jpg

O gráfico traz o comportamento das cotações do ouro a partir de julho. Subiram 47,3% no período de 12 meses terminado nesta quinta-feira; 24,3% em 2011 (até esta quinta) e 8,7% apenas nos primeiros nove dias úteis de agosto. Mas, nesta quinta-feira, começaram a baquear: caíram 1,5%.

Tempo de férias. Cairão mais as cotações do ouro caso haja mais confiança na obtenção de uma solução para a crise dos grandes endividados da área do euro. Porém a falta de iniciativa dos dirigentes políticos, alguns deles em férias, dá pouca esperança de uma saída rápida e consistente.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

''O Brasil poderá sofrer contágio da crise pelo comércio''


Início do conteúdo


Ex-presidente do BC diz que a crise é menos grave que a de 2008 e a resposta do Brasil deve ser diferente, com maior preocupação em dar sinais de controle das contas públicas


  • Celso Junior/AE-28/12/2010

Análise da crise. 'Em 2008, tivemos uma crise de crédito; hoje, temos problemas de governos', afirma Meirelles

Henrique Meirelles

Henrique Meirelles estava no comando do Banco Central em 2008, quando a quebra do Lehman Brothers interrompeu o crédito internacional e atingiu o Brasil em cheio. Ele diz que a crise hoje é bem diferente, com mais dificuldades para recuperar o crescimento global e possibilidade de recessão nos Estados Unidos, mas o problema ainda se restringe ao endividamento dos governos.

Na sua avaliação, não há uma contaminação do sistema financeiro, embora exista uma grande preocupação com os bancos, principalmente europeus. Por isso, a principal via de contágio para o Brasil hoje é o comércio, por meio de queda dos preços das commodities e da redução de demanda por produtos brasileiros no exterior. "Não há dúvida que o canal de transmissão é comercial. Mas, como em 2008, isso pode mudar a cada 24 horas."

Presidente mais longevo do BC, ocupando o cargo entre 2003 e 2010, Meirelles, que hoje é presidente do Conselho Público Olímpico, não quis responder perguntas sobre como a autoridade monetária deve agir nesse momento. Disse apenas que "não há dúvida" que a economia mundial hoje é mais "contracionista", mas que "a grande lição de 2008" é que o BC deve reagir "a situações reais e não ao que deveria ser". A seguir trechos da entrevista ao Estado.

Quais são as diferenças entre a crise atual e a de 2008?

Em 2008, tivemos uma crise de crédito, que foi provocada por uma alavancagem excessiva das famílias, das empresas e dos bancos nos EUA. O setor privado americano e de outros países europeus diminuiu gradualmente seu endividamento, mas foi substituído pelo aumento das dívidas estatais. Esse é o ambiente desta crise. Uma preocupação dos investidores com o endividamento público e programas de austeridade com toda a sua consequência contracionista. Paralelamente, uma preocupação de que, se houver problemas maiores na economia e nos bancos, os governos não poderiam mais intervir. É uma crise que sinaliza mais dificuldades de crescimento, mas não é como em 2008 depois da quebra do Lehman Brothers. Por enquanto, é um problema dos governos. As ações dos bancos caem, porque podem ser o canal de transmissão para a economia real.

Por que o mercado está tão preocupado com os bancos?

Os bancos americanos hoje, no geral, estão melhor capitalizados do que estavam em 2008. Aprenderam bastante com a crise. Ainda existe problemas, principalmente os herdados da crise hipotecária, mas não é da mesma dimensão. Também há processos judiciais que podem ameaçar essas instituições. Algumas dessas ações são grandes e podem prejudicar a rentabilidade futura dos bancos. Isso é que causa preocupação. Já na Europa, os bancos estão expostos aos governos de países problemáticos. Evidente que o Banco Central Europeu está atento. Não há sinais de alarme, mas sem dúvida existe uma preocupação. E 2008 mostra que as coisas podem acontecer numa velocidade incrível.

O senhor acredita em um duplo mergulho, em nova recessão, da economia americana?

Existe uma preocupação dos Estados Unidos entrarem em recessão e essa é a razão da instabilidade e do nervosismo dos mercados. O desemprego americano continua alto, as empresas não estão investindo. É uma economia com uma demanda privada fraca e com possibilidades limitadas de o governo fazer um estímulo fiscal maior.

O risco de crédito da dívida da França pode efetivamente ser rebaixado?

Sim, é possível. Mas tem uma série de componentes de julgamento subjetivo das agências de rating, cuja credibilidade está em jogo depois das críticas severas em 2008. É uma possibilidade, mas o cenário base da França não é esse.

Até pouco tempo, os emergentes estavam preocupados com a inflação. Com a desaceleração global, isso mudou?

A grande lição de 2008 é que a autoridade monetária deve reagir a situações reais e não ao que deveria ser. Em 2008, foram tomadas uma série de medidas no Brasil que restauraram a atividade rapidamente. Naquela época, faltava crédito e liquidez no mercado e houve uma crise nos derivativos de câmbio. O BC atuou diretamente nisso. Hoje temos que verificar como vai se desenrolar a situação. O BC tem que identificar situações reais e atacar problemas específicos.

Mas a preocupação com a inflação mudou de patamar hoje?

Não há dúvida que a tendência da economia mundial é hoje mais contracionista. Temos um cenário diferente do que há alguns meses, quando havia questões localizadas de preços de commodities. Temos que verificar como isso vai evoluir. O BC vai avaliar a economia brasileira e tomar a decisão mais adequada.

Em 2008, o contágio da economia brasileira ocorreu via crédito. Hoje quais são as ameaças?

Hoje o primeiro movimento se dá nos preços das commodities e na demanda por produtos brasileiros no exterior, que pode arrefecer. Em segundo lugar, cai o preço dos ativos pelo aumento da aversão ao risco. As ações caíram, mas tiveram uma correção técnica ontem e hoje. É prematuro dizer como vai evoluir nos próximos dias. Não há dúvida que hoje o canal de transmissão para o Brasil é comercial. Mas, como em 2008, isso pode mudar a cada 24 horas.

Se a transmissão é via comércio, como deve agir o governo?

Temos que aguardar como os diversos setores podem ser afetados. Qualquer generalização é perigosa.

O governo brasileiro disse que vai segurar os gastos, enquanto na crise de 2008 ocorreu o contrário. A receita tem que mudar?

Os problemas são diferentes. Em 2008, globalmente, tínhamos um problema de queda de demanda, gerada pela crise no crédito e pelo desemprego. A resposta geral foi o estímulo fiscal. Hoje a preocupação é a questão fiscal. É o contrário. A reação do governo brasileiro está correta. Mas é preciso separar bem a situação do Brasil e dos EUA e da Europa. A situação fiscal brasileira é muito confortável comparada com a maioria desses países. É bom ter cuidado e ser prudente, mas o Brasil não tem um problema fiscal. Só precisa ter cuidado para não ter.

Qual é a tendência para o câmbio? A guerra cambial continua ou há risco de ataque especulativo contra o real?

Temos duas forças contraditórias. O Federal Reserve (BC dos EUA) sinalizou a permanência de taxas de juros perto de zero até 2013 e deixou a porta aberta para uma terceira rodada de injeção de recursos no mercado. Isso significa mais liquidez, maior entrada de recursos no Brasil e valorização do real. Por outro lado, o enfraquecimento da demanda mundial pode levar a queda das commodities. A tendência do preço das commodities não está clara, mas pode levar a desvalorização do real. São fenômenos com efeitos contrários e o vetor resultante não é previsível. Em 2008, o grande vetor da desvalorização do real não foi as commodities, mas o colapso das linhas de crédito internacionais, que levaram as empresas a tomar recursos no Brasil e pagar empréstimos que venciam no exterior. Também tivemos remessas de recursos de filiais para as matrizes e remessas de fundos para cobrir saques maciços lá fora. E o problema dos derivativos nas empresas exportadoras.

O endividamento em dólar das empresas aumentou e está forte a remessa de lucros para o exterior. Esse problema pode se repetir?

O que gerou aquela crise não foi uma remessa normal de dividendos. Hoje as remessas aumentam porque as empresas têm mais lucro. O endividamento no exterior também é normal e não há sinal de problemas com derivativos. Pode existir algum problema no futuro? Sim, se houver o colapso de algum grande banco internacional que leve ao congelamento do crédito. Mas esse é um cenário técnico e o fator chave é o funcionamento regular do sistema financeiro. Outro ponto importante: a desvalorização do real em 2008 durou pouco porque o BC tinha US$ 200 bilhões de reservas e atuou. Hoje, com US$ 350 bilhões, temos muito mais. A tão criticada acumulação de reservas custa caro, mas é confortadora agora.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

BOM SENSO E CRISE EXTERNA


O governo continua apostando no mercado interno para enfrentar a crise internacional, mas começou a usar um discurso menos triunfalista e mais sensato - pelo menos de vez em quando. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu uma política de solidez fiscal para o País atravessar com segurança a nova turbulência. Não é hora, segundo ele, de aumentos salariais para o setor público. Todos os Poderes devem colaborar, acrescentou, em resposta a uma pergunta sobre o novo ajuste pretendido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas o próprio Executivo terá dificuldade para resistir às pressões do seu funcionalismo. Além disso, o ministro Mantega admitiu, há meses, a possibilidade de um ajuste do salário mínimo na faixa de 13% a 14%, com evidente impacto nas contas da Previdência. A proposta orçamentária em preparação no Ministério do Planejamento dará uma ideia mais clara, nas próximas semanas, da efetiva disposição do governo de limitar a expansão do custeio. No Brasil, o custeio é em boa parte um peso morto, por causa da baixa qualidade e da ineficiência dos serviços federais. E parte do investimento é escandaloso desperdício, gerado pelo conúbio da incompetência administrativa com a bandalheira patrocinada pelas coalizões de governo. A faxina em curso é uma inesperada e promissora novidade.

Se o governo executar com alguma decência os investimentos planejados até agora - ou uma parcela maior que a executada nos últimos anos -, já dará uma boa ajuda à expansão da atividade e à sustentação do emprego. Eficiência e parcimônia, qualidades pouco visíveis na administração central, abrirão o espaço necessário a uma política monetária mais branda e mais adequada a um cenário internacional de estagnação. Se a nova relação amigável entre Fazenda e Banco Central (BC) funcionar também nessa direção, o País ganhará. Além disso, o governo terá melhores condições para recorrer a uma política fiscal compensatória, em caso de necessidade, se tiver como base um orçamento menos inchado que os tradicionais.

Seja como for, a ideia de um crescimento sustentado apenas pelo mercado interno - e principalmente pelo consumo - é um tanto ilusória. É preciso levar em conta a evolução das contas externas. A expansão do consumo foi possibilitada, nos últimos anos, por um rápido crescimento da importação de bens finais e bens intermediários. Durante algum tempo, o gasto com produtos importados aumentou mais velozmente que a receita obtida com a exportação. Neste ano, a receita voltou a avançar mais depressa, mas isso se deve em boa parte, se não exclusivamente, à valorização dos produtos básicos. De janeiro a julho, o preço do café em grão, por exemplo, foi em média 64,8% maior que o de um ano antes. O da soja ficou 31,7% acima do registrado nos mesmos meses de 2010. Os do minério de ferro se mantiveram 23,3% superiores aos de janeiro a julho do ano passado. As cotações da maior parte dos básicos exportados pelo Brasil foram muito favoráveis.

Preços favoráveis deverão manter-se nos próximos dez anos, segundo a maior parte das projeções, e isso resultará em grande parte do crescimento econômico da China e de outros emergentes. Mas é muito mais fácil e mais seguro, neste momento, fazer estimativas para longos períodos. A curto prazo, os preços das commodities poderão ser afetados por uma nova desaceleração da economia global. O efeito será mais grave se a China vier a crescer muito mais lentamente, mas esse risco, por enquanto, parece altamente improvável. De toda forma, é pouco aconselhável fazer uma grande aposta baseada na firmeza dos preços das commodities.

As condições do comércio dependerão também da política monetária americana. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) informou a disposição de manter os juros básicos entre zero e 0,25% até meados de 2013, pelo menos.

Não se anunciou uma terceira etapa de "afrouxamento quantitativo", mas permanece a hipótese de novas compras de títulos federais em circulação no mercado. Se o Fed continuar emitindo moeda generosamente, para compensar o aperto da política fiscal, o dólar poderá novamente cair. Em contrapartida, as commodities poderão novamente valorizar-se. Qual será o efeito mais indesejável para o Brasil?

A presidente Dilma Rousseff tem adotado o discurso da prudência, sempre rejeitando a ideia de uma política recessiva. Mas essa hipótese é meramente retórica. É falsa, no caso brasileiro, a escolha entre a recessão e o expansionismo irresponsável. É possível manter o crescimento, mesmo em face de condições externas desfavoráveis, sem gerar pressões inflacionárias ou comprometer o balanço de pagamentos. A receita deve incluir muito bom senso e, se possível, nenhum populismo.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

EIKE BATISTA, ESTOU EM UMA ILHA


Empresário afirma que suas empresas, apesar de estarem entre as que mais perderam na Bolsa, estão em boa situação

Duas empresas do grupo EBX, de Eike Batista, ficaram entre as maiores quedas da Bolsa: a petroleira OGX e a empresa de logística LLX. Eike não perde o bom humor, embora admita a preocupação. Em entrevista à Agência Estado, disse estar aliviado por não precisar fazer novas captações e por acumular caixa próprio de US$ 10 bilhões, metade dele na OGX. O executivo lamenta apenas não estar ainda gerando lucro, condição imposta pela CVM para as empresas realizarem operações de recompra de ações. "Seria um sonho" recomprar agora ações da OGX, diz ele, que reconhece estar perdendo dinheiro, "mas só no papel". E prevê uma saída relativamente rápida da crise. "O mundo real está bombando", afirma. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Suas empresas estão entre as maiores baixas da Bovespa...

O mundo está derretendo, ninguém acredita mais em ninguém. Nossas empresas tiveram disciplina financeira e acumulamos US$10 bilhões em caixa. Só a OGX tem US$ 5 bilhões. Todos os nossos projetos começam a produzir no quarto trimestre. A OGX começa a produzir petróleo no quarto trimestre, a US$ 18. Os fundamentos do grupo são: recursos financeiros em caixa e baixo custo de produção. É assim para todas as nossas companhias.

Mas, não é preocupante a despencada da Bolsa?

Estou vendo minhas ações caírem, claro, como todo mundo, porque no fundo depende muito de quem te comprou. Tem fundos de hedge que simplesmente têm de se desfazer dessas ações, não podem segurar. E desencadeiam um monte de vendas automáticas. Continuo com 60% de minhas empresas e temos muito caixa. Pena que, pelas regras da CVM, você só pode recomprar ações de volta depois que gera lucro. Então, estou impedido de fazer isso.

Se não fosse essa limitação, seria o momento de recomprar?

Seria um desses momentos únicos, em que você começa a fazer uma compra durante 60 dias e a cada dia compra um pouquinho. Acho que, nos próximos 60, 90 dias, o mundo vai começar a distinguir e separar o joio do trigo. E o Brasil tem o grande diferencial de ter a demanda interna como 90% de nosso PIB. O que vai se mostrar claramente é que a Europa não cresce e está aí para pagar contas, literalmente como o Brasil viveu de 1985 a 1997, 2000. O que vai ficar muito claro é que, talvez, a América do Sul inteira, mais a Índia, a China e toda a Ásia estão crescendo a taxas muito superiores às da Europa e Estados Unidos, e isso vai se diferenciar mais à frente. Porque hoje está meio na base do "liquida tudo"; as commodities vão cair, vai tudo cair. As pessoas não entendem que o mundo vai continuar comendo. A área de "soft commodities" (agrícolas) vai sofrer pouco. O Brasil produz commodities a preços muito baixos.

O senhor conta com isso para reverter perdas?

Se eu produzo petróleo a US$ 18, não vou me importar muito se o petróleo cai de US$ 120 para US$ 100 (o barril), ou mesmo para US$ 80. A Vale produz o minério dela a US$ 25 a tonelada e vende por US$ 170; pode cair para US$ 150, US$ 140, esse ajuste novo é que é difícil de prever. Mas eu vejo o Brasil continuando a crescer, a China continuando a crescer. Se perder alguma coisa, será marginal

O grupo vai conseguir passar pela crise com o caixa que têm?

Não só isso, como também começo a gerar caixa próprio, a custos baixos. E também não preciso mais captar nada, já captei tudo. Quem teve disciplina financeira e não se alavancou está menos preocupado. Não me alavanquei, pelo contrário, estou megacapitalizado. Essa é a grande sorte.

De qualquer forma, essa queda geral da Bovespa não é preocupante?

Quando entra irracionalidade, a gente sofre. A OGX sofre porque está em plena transição. As empresas que geram caixa hoje caem menos. Mas, outubro/novembro é amanhã para mim. Vou gerar caixa a preços baixos. Apesar desse mar revolto, estou numa ilha.

E com relação à sua posição como investidor?

Continuo a ter 60% das minhas empresas. Perco dinheiro só no papel. Se a minha OGX, no ano que vem, gerar US$ 1 bilhão de caixa, 60% desse bilhão é meu. Não vou vender e não preciso vender, até porque não me alavanquei nada. Ruim está para aqueles que precisam levantar dinheiro hoje, vender alguma coisa ou que tenham custos de produção muito altos.

O que pode ocorrer para os investimentos se a Fitch corroborar o rebaixamento dos títulos americanos?

Eu não sei quem tem de aparecer no mercado e acalmar o mundo. A grande diferença entre 2008 e agora é que, em 2008, não tinha carta de crédito nem para uma empresa como a Petrobrás! Setenta por cento do comércio mundial parou. Hoje, o mundo real está bombando. Só tem avião cheio! Óbvio que o problema das dívidas soberanas é muito grande. Mas a possibilidade de um calote americano é zero.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Venda do McDonald's cresce 5,1% em julho


As vendas globais da rede de fast-food McDonald's tiveram alta de 5,1% em julho (considerando-se o mesmo número de lojas), com crescimento em todas as regiões, conforme divulgou há pouco a empresa. O resultado está em linha com o aumento de 4% a 5% previsto pela companhia para o mês passado.

Em junho, a empresa registrou crescimento de vendas de 7,7%. O cardápio variado e promoções de preço teriam ajudado a empresa a alcançar o percentual de alta. Mas os preços altos das commodities continuam pressionando as margens da rede de lanchonetes. Por isso, a empresa tem anunciado reajustes em seus preços, como fez na China em julho.

A empresa também divulgou que as vendas tiveram alta de 4,1% nos Estados Unidos. Na Europa, o aumento foi de 5,3%. Na região Ásia/Pacífico, Oriente Médio e África, a alta foi de 4%. A rede não divulgou percentuais para outras regiões

domingo, 7 de agosto de 2011

* CAMARGO CORRÊA *


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Camargo Corrêa fará investimento de US$ 400 mi em cimento na Argentina

Com novos aportes, grupo consolida sua condição de maior produtor argentino de cimento, com mais de 50% do mercado local



O grupo Camargo Corrêa anunciou ontem investimentos de US$ 400 milhões em sua subsidiária argentina Loma Negra entre 2012 e 21014. O anúncio foi realizado durante uma reunião dos executivos do grupo com a presidente argentina Cristina Kirchner na residência oficial de Olivos.

Durante o encontro, do qual também participou a ministra da Economia, Débora Giorgi, entre outras autoridades, os representantes da Camargo Corrêa informaram que, do total, US$ 250 milhões serão destinados a uma fábrica de cimento na região oeste da Argentina. Outros US$ 30 milhões serão aplicados ao desenvolvimento de combustíveis alternativos, enquanto US$ 120 milhões irão para a ampliação da capacidade de produção e melhorias em assuntos ambientais.

A Camargo Corrêa, por meio da Loma Negra, possui nove fábricas na Argentina. Destas, seis estão na província de Buenos Aires. A província, a maior do país, é responsável por 37% do PIB argentino, além de concentrar 40% da população nacional.

O grupo brasileiro desembarcou na Argentina em 2005, quando comprou a própria Loma Negra, ícone do setor de cimento no país. A companhia, vendida pela empresária Amália Fortabat, ostentava 50% do mercado de cimento argentino.

Em 2008, a presidente Cristina autorizou a São Paulo Alpargatas, uma subsidiária da Camargo, a adquirir a Alpargatas, fundada em 1885, que era o símbolo por excelência do setor têxtil argentino. O grupo brasileiro também atua na área têxtil argentina por meio da Santista - em conjunto com a Coteminas - na empresa Grafa (uma das maiores fábricas argentinas de toalhas).

Desde que desembarcou no país, há seis anos, a Camargo Correa investiu em média US$ 58 milhões por ano na Argentina. Com o novo plano de investimentos, a empresa injetará entre 2012 e 2014 uma média de US$ 134 anuais.

Estado brasileiro. Em 1995, o empresário Franco Macri - na época, ícone do capitalismo argentino - foi duramente criticado por afirmar que a Argentina estava a ponto de se tornar "o 27.º Estado do Brasil", em alusão ao crescente poderio econômico brasileiro e à simultânea decadência argentina. Na ocasião Macri foi acusado de "alarmista". Atualmente, sua frase é encarada como "profética".

Desde a crise de 2001-2002, a pior da história argentina - quando os capitais europeus e americanos desconfiavam do país -, as empresas brasileiras decidiram correr o risco e investiram intensamente na Argentina.

Atualmente, as empresas brasileiras controlam um terço do mercado de combustíveis, mais da metade da produção de cimento, superam os 60% da produção de aço e dominam 70% da fabricação do denim. De quebra, o capital brasileiro é responsável por dois terços das cervejas consumidas pelos argentinos, além de uma presença crescente nos frigoríficos instalados no país.

Desde o início da década passada, a Ambev adquiriu a centenária cervejeira Quilmes, a Petrobrás passou a controlar a energética Pérez Companc, o JBS-Friboi ficou com o frigorífico Swift, enquanto que a Marfrig tornou-se o principal acionista da Quickfood, entre outros negócios

sábado, 6 de agosto de 2011

* U S A *

Pela primeira vez em 70 anos, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou a nota de crédito soberano de longo prazo dos Estados Unidos. A nota foi rebaixada de "AAA" para "AA+", com perspectiva negativa. O rating de curto prazo foi mantido em "A-1".

"O rebaixamento reflete nossa opinião de que o plano de consolidação orçamentário que o Congresso e a administração aprovaram recentemente em fica aquém do que, a nosso ver, seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do governo a médio prazo", diz o comunicado da agência.

Segundo a S&P, a eficácia, estabilidade e previsibilidade das políticas americanas e das instituições políticas se enfraqueceram em um momento de desafios fiscal e econômico em curso a um grau não imaginado quando a S&P atribuiu uma perspectiva negativa para o rating do país no dia 18 de abril deste ano.

Segundo o "The Wall Street Journal", no início da tarde de sexta-feira, a agência já tinha notificado o governo americano de que estava planejando rebaixar o rating de crédito e apresentou seu relatório à Casa Branca. Porém, após duas horas de análise, funcionários do Tesouro descobriram que os analistas da S&P erraram nos cálculos das projeções de déficit futuro em quase US$ 2 trilhões.

Os analistas da S&P reconheceram o erro, mas disseram que isso não afetaria sua avaliação de rating.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Restaurante Copacabana alia tradição e inovação aos 72 anos

Sanzi diz que estratégia foi de qualificação, com pratos contemporâneos
Sanzi diz que estratégia foi de qualificação, com pratos contemporâneos

O Restaurante Copacabana, um dos mais tradicionais estabelecimentos voltados à gastronomia italiana, completará no dia 18 de outubro 72 anos de atividades em Porto Alegre. Administrado atualmente pelos irmãos Marcelo Castilhos Sanzi e Melissa Sanzi Giacobo, netos de Biagio Sanzi, italiano imigrante proveniente de Morano Calabro, representa hoje a terceira geração da família empreendedora à frente dos negócios.

O sucesso do Copacabana, cenário de importantes acontecimentos sociais, políticos e culturais do Rio Grande do Sul e também destacado por receber ao longo dos anos ilustres clientes, está no trabalho cuidadoso de seus administradores. A gastronomia impecável, o constante aprimoramento no atendimento aos clientes e ambientes aconchegantes com capacidade para até 380 pessoas fazem do Copacabana um estabelecimento especial.

O ponto fundamental é o constante aprimoramento no atendimento; numa gastronomia que preserva o sabor tradicional da comida italiana; e nos agradáveis ambientes que compõem o Copacabana. Um deles remete à ideia de uma cantina italiana, tendo as paredes repletas de fotografias de ilustres visitantes, além de pinturas que retratam momentos da vida dos antigos imigrantes. Paralelo a este ambiente “tradicional”, os clientes também podem frequentar os demais salões de eventos existentes no local, bem como alugá-los em ocasiões especiais.

Sanzi informa que o Copacabana, através de um esforço conjunto com órgãos públicos, estaduais e municipais, recebe além dos porto-alegrenses, turistas que visitam o Rio Grande do Sul. De acordo com o empresário, o restaurante teve de se adaptar para atender as necessidades de um público cada vez mais exigente. Deste modo, adotou métodos para garantir a qualidade através do constante aprimoramento dos garçons e demais funcionários; passou a diversificar o mix de produtos oferecidos; adotou também alguns pratos um pouco mais contemporâneos, mas sem perder a sua tradição.

“O Copacabana mantém o sabor de seus pratos tradicionais, preservando e satisfazendo os seus clientes ao longo das gerações”, explica Sanzi. O jovem empresário também destaca o lançamento de pratos a exemplo do Talharim à Morano Calabro, apresentando um toque delicado do requeijão com o gosto marcante da berinjela; compondo o cardápio ao lado de pratos mais tradicionais como a saborosa vitela assada. A oferta de antepastos também será ampliada. Hoje, o estabelecimento oferece refeições à la carte e almoço-executivo. Ele acrescenta que um dos pratos mais pedidos é o filé à parmegiana com molho especial, que leva em média sete horas para ficar pronto.

Os consumidores também encontram no local uma adega climatizada e uma oferta de 212 rótulos, compondo uma destacada carta de vinhos nacionais e importados, que é renovada duas vezes por ano. O estabelecimento foi fundado pela família Vitola em 1939. Em 1953, Sanzi Biagio entrou na sociedade com o irmão Luiz, dando uma nova formatação para o Copacabana e o transformando num sucesso de empreendimento.

Informações adicionais: o Restaurante Copacabana está localizado na Praça Garibaldi, número 2, em Porto Alegre Tel.: (51) 3221.4616
E-mail: copacabana@restcopacabana.com.br. Site:
www.restaurantecopacabana.com.br








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