Camargo Corrêa fará investimento de US$ 400 mi em cimento na Argentina
Com novos aportes, grupo consolida sua condição de maior produtor argentino de cimento, com mais de 50% do mercado local
Durante o encontro, do qual também participou a ministra da Economia, Débora Giorgi, entre outras autoridades, os representantes da Camargo Corrêa informaram que, do total, US$ 250 milhões serão destinados a uma fábrica de cimento na região oeste da Argentina. Outros US$ 30 milhões serão aplicados ao desenvolvimento de combustíveis alternativos, enquanto US$ 120 milhões irão para a ampliação da capacidade de produção e melhorias em assuntos ambientais.
A Camargo Corrêa, por meio da Loma Negra, possui nove fábricas na Argentina. Destas, seis estão na província de Buenos Aires. A província, a maior do país, é responsável por 37% do PIB argentino, além de concentrar 40% da população nacional.
O grupo brasileiro desembarcou na Argentina em 2005, quando comprou a própria Loma Negra, ícone do setor de cimento no país. A companhia, vendida pela empresária Amália Fortabat, ostentava 50% do mercado de cimento argentino.
Em 2008, a presidente Cristina autorizou a São Paulo Alpargatas, uma subsidiária da Camargo, a adquirir a Alpargatas, fundada em 1885, que era o símbolo por excelência do setor têxtil argentino. O grupo brasileiro também atua na área têxtil argentina por meio da Santista - em conjunto com a Coteminas - na empresa Grafa (uma das maiores fábricas argentinas de toalhas).
Desde que desembarcou no país, há seis anos, a Camargo Correa investiu em média US$ 58 milhões por ano na Argentina. Com o novo plano de investimentos, a empresa injetará entre 2012 e 2014 uma média de US$ 134 anuais.
Estado brasileiro. Em 1995, o empresário Franco Macri - na época, ícone do capitalismo argentino - foi duramente criticado por afirmar que a Argentina estava a ponto de se tornar "o 27.º Estado do Brasil", em alusão ao crescente poderio econômico brasileiro e à simultânea decadência argentina. Na ocasião Macri foi acusado de "alarmista". Atualmente, sua frase é encarada como "profética".
Desde a crise de 2001-2002, a pior da história argentina - quando os capitais europeus e americanos desconfiavam do país -, as empresas brasileiras decidiram correr o risco e investiram intensamente na Argentina.
Atualmente, as empresas brasileiras controlam um terço do mercado de combustíveis, mais da metade da produção de cimento, superam os 60% da produção de aço e dominam 70% da fabricação do denim. De quebra, o capital brasileiro é responsável por dois terços das cervejas consumidas pelos argentinos, além de uma presença crescente nos frigoríficos instalados no país.
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