terça-feira, 29 de março de 2011

Será um ano de curva descendente na economia

Os novos dirigentes da Kepler Weber, fabricante de silos de Panambi, conseguiram recuperar a empresa, e os resultados de 2010 foram todos positivos, ao contrário de 2009, quando foram negativos. A empresa pertence, basicamente, ao fundo de pensão do Banco do Brasil, Previ, e ao próprio Banco do Brasil, cada um com 17,6% do capital. Um acionista, Fernando Francisco Heller, possui 11% das ações, e as demais são pulverizadas. A recuperação se deu graças ao crédito subsidiado do Bndes para os compradores de silos e armazéns, ao crescimento do agronegócio brasileiro - boas safras de grãos - e à modernização da gestão. Nolci Santos, diretor administrativo e financeiro e de Relações com Investidores, e João Tadeu Franco Vino, superintendente comercial, apresentaram, ontem, o desempenho, e explicaram que esperam consolidá-lo, em 2011, embora este "não vá ser um ano semelhante a 2010 em termos econômicos, a curva é descendente". Existe déficit muito grande de armazenamento no País, em torno de 36,9 milhões de toneladas, mas falta financiamento mais acessível aos produtores e a própria conscientização deles sobre a importância da armazenagem dos produtos da lavoura. "O ano será positivivo, mas não será igual a 2010", afirmou Nolci Santos, explicando que os negócios do setor se manterão no valor histórico de R$ 700 milhões. Os juros aumentaram de 4,5% para 9% e houve redução da participação do Bndes no valor do bem financiado. Outro sinal de recuperação da KW foi o aumento do número de empregados, de 1.000 para 1.200.

Aplub

A Aplub Capitalização recebeu, pelo segundo ano consecutivo, o Prêmio Segurador Brasil "Melhor Desempenho Global", no segmento de capitalização. A homenagem, que será entregue nesta quarta-feira, dia 30 de março, em São Paulo, é uma das mais importantes do setor. A empresa é líder nacional em pagamento de prêmios, batendo todos os recordes em 2010. A Aplub Capitalização distribuiu mais de R$ 102 milhões em prêmios, um incremento de 36% sobre 2009.

Girando Sol

A Indústria e Comércio de Produtos de Limpeza Girando Sol, fundada em 1991, em Arroio do Meio, completará 20 anos dia primeiro de abril. O aniversário será comemorado com a construção de nova fábrica, cujas obras já se iniciaram e estão na fase da terraplanagem, orçadas em R$ 40 milhões. Com esse investimento a Girando Sol vai duplicar sua capacidade de produção.

Vonpar

A Vonpar Alimentos, criada no início de 2010, vai ter, em 2011, sua primeira Páscoa. Ela comprou a Neugebauer, a fábrica de chocolates mais antiga do Brasil (1891), e apresenta novidades no Bib´s, como o Mix, mistura crocante de amendoim, chocolate ao leite e bolinhas crocantes na casca, na opção 205g, e o ovo Bib´s Mania, feito de chocolate ao leite recheado com Bib´s ao leite, em 70g.

O dia

• O diretor administrativo e financeiro da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), Vicente Rauber, será o palestrante do café da manhã do Fórum de Infraestrutura das Entidades de Engenharia, às 8h30min, na sede da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, Travessa Acylino de Carvalho, 33 - 8º andar.

• O prefeito José Fortunati entregará, às 10h, o Balanço das Finanças Públicas e o Relatório de Atividades 2010 à presidente do Legislativo, vereadora Sofia Cavedon.

• Senac realizará café da manhã com a imprensa sobre o projeto que preparou para capacitar mais de um milhão de brasileiros até a Copa do Mundo 2014. O projeto nacional "Copa 2014: oportunidades e desafios" será apresentado, às 9h, no restaurante Solarium (Alberto Bins, 665 - 15º andar).

• A Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, da Câmara Municipal de Porto Alegre, realizará, às 10h, na sala 302, reunião para tratar do estacionamento dos carros-fortes em vias públicas.

• A Enerbio Consultoria realizará a terceira edição do debate Estratégias Empresariais de Combate às Mudanças Climáticas e Mercado de Carbono, no Sindicato dos Engenheiros do RS (Senge RS).

• O diretor da consultoria Maxiquim, João Luiz Zuneda, é o convidado da Braskem para fazer palestra no almoço para jornalistas que cobrem petroquímica, ao meio-dia, no restaurante Quincho (rua Pedro Chaves Barcelos, 651, B. Mont Serrat).

• A Câmara de Diretores Lojistas Porto Alegre promoverá, às 12h, o Almoço do Varejo, no Hotel Plaza São Rafael Hotel, com debate sobre marca e emoção.

• O Instituto da Mama-RS fará o lançamento do 10º Encontro de Chefs de Cozinha-RS, às 19h30min, na Sociedade Germânia (avenida Independência, 1299), em coquetel.

• Inovação no restaurante Vilaró, de Mauro Pils: hoje, uma noite especial em que os clientes definirão o preço a ser pago pelo jantar harmonizado com vinhos Punto Final, da Bodega Renacer, uma das mais premiadas da Argentina. A ideia é dar a liberdade para o cliente avaliar o quanto valeu aquele período em que esteve na casa. Reserva previamente pelo telefone 3395-5244.

• A Fortuno Agentes Autônomos de Investimento fará apresentação dos fundos de investimento da TRX Realty e da Orbe Investimentos, às 19h30min, em jantar na Casa Valduga, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. O fundo tem R$ 40 milhões investidos, aproximadamente R$ 160 milhões de ativos imobiliários em carteira e acumula alta de quase 70%.

• A Vonpar Alimentos, através da Mu-Mu, realizará coquetel de entrega dos recursos da CowParade Porto Alegre 2010, às 19h, no museu Iberê Camargo, avenida Padre Cacique, 2000.



sexta-feira, 25 de março de 2011

Continua aquecido

Quem olha de relance para a curva do desemprego que vai no gráfico abaixo pode ficar com a impressão de que a atividade econômica está em retração no Brasil. Mas é o contrário que está acontecendo.

A economia continua em franco crescimento. O que mudou foi apenas a velocidade. No ano passado o PIB avançou 7,5% e, neste ano, terá mais alguma coisa entre 4,0% e 4,5%.

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O desemprego chegou ao seu ponto mínimo em dezembro, com 5,3%. Subiu para 6,1%, em janeiro, e aumentou mais em fevereiro, para 6,4%. Mas está longe de indicar uma piora das condições do mercado de trabalho.

A população ocupada no último mês, aponta o IBGE, estava em 22,2 milhões, a mesma de janeiro. No período de 12 meses terminado em fevereiro, a economia brasileira teve um aumento de 515 mil ocupados (mais 4,1%).

Salvaguardadas as diferenças regionais, as condições hoje são muito próximas do pleno emprego. O mercado de trabalho continua pressionado. Faltam engenheiros, pedreiros, pintores, soldadores, eletricistas – a lista é enorme. O setor com maior redução de ocupação foi o de serviços domésticos. Provavelmente, graças a migração de mão de obra para a indústria ou para o setor de serviços, cujas proporções dentro do PIB crescem ano a ano.

Na Carta Ibre, a ser divulgada nesta segunda-feira, a revista Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio Vargas, avalia que a oferta de trabalho vai se expandindo 1,8% ao ano, acima do crescimento da população economicamente ativa, de 1,5% ao ano. E que esse é um fator limitador do crescimento econômico futuro no Brasil (crescimento potencial).

Não é o único. A poupança doméstica continua baixa demais, o investimento está insuficiente, em torno de 19% do PIB, quando teria de ser de alguma coisa em torno de 24%. Isso exige mais importação de poupança e investimentos.

E tem essa cavalgada dos preços que, medida como custo de vida (IPCA), ameaça ultrapassar os 6% em 12 meses. A inflação elevada demais que ataca a economia é tanto o resultado do crescimento acima da capacidade das pernas quanto fator limitador do crescimento do período seguinte, pois exigirá, como já ocorre, uma política monetária (de juros) mais apertada, combinada com ajustes fiscais (cortes de despesas públicas), cujo resultado será a esperada desaceleração da atividade.

Este início de governo enfrenta um conjunto impressionante de surpresas. Ninguém imaginava na virada do ano que se espraiaria uma revolução na comunidade islâmica, com forte impacto sobre os preços do petróleo. Também não estava no radar de nenhum observador a disparada dos preços das commodities quando a economia dos países ricos ainda está se convalescendo da crise financeira. Ninguém poderia prever as turbulências que agora estão flagelando a economia do Japão e os mercados de câmbio.

O avanço da inflação no País – esse, sim – estava mais previsível. Mas tanto o governo como o Banco Central preferiram fingir que não a viam, porque priorizaram a eleição da candidata oficial. Por isso, a conta a pagar ficou mais alta. E há dúvidas de que o governo Dilma tenha feito até agora o suficiente para virar esse jogo.

CONFIRA

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Não doeu. O euro não ficou nem um pouco abalado com a rejeição do pacote de austeridade pelo Parlamento de Portugal. Por muito menos houve no ano passado enorme turbulência quando, primeiramente, a Grécia e, depois, a Irlanda passaram por problemas semelhantes.

Qual o recado? Ainda não está claro o sentido dessa tranquilidade. Pode ser a certeza de que virá uma solução. Ou, então, pode ser o sinal de que a crise será tomada como oportunidade para deixar um país quebrar e servir de exemplo para os demais.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Câmara Brasil-Alemanha organiza intensa agenda de negócios


Inúmeras oportunidades de negócios internacionais são possíveis, através no know-how oferecido pela Câmara Brasil-Alemanha de Porto Alegre, integrante de uma rede mundial, com presença em mais de 80 países. Assim como as mais de 120 Câmaras Alemãs de Comércio e Indústria, cumpre como missão: colaborar na formação de laços comerciais entre as empresas da Alemanha e as companhias estabelecidas em nações anfitriãs.

O gerente-geral da Câmara Brasil-Alemanha de Porto Alegre - Deutsch-Brasilianische Industrie- und Handelskammer (AHK - Porto Alegre), Valmor Kerber, informa que várias missões empresariais estão sendo organizadas para empreendedores alemães para o Brasil e vice-versa. Do início do ano até o final de abril terão sido quatro delegações no Estado. O administrador da Câmara em Porto Alegre chama a atenção para a realização da Business IT South America (BITS) - Exposição e Conferência de Negócios de TI - para América do Sul (um evento Cebit), que será realizado na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), no período de 10 a 12 de maio na Capital gaúcha.

"A delegação alemã, que vem para este evento, recebe apoio e estande para realização de contatos comerciais e estabelecimento de futuros negócios binacionais, servindo, deste modo, como uma ótima oportunidade de expansão de mercado", informa Kerber.

"Além desta, outras delegações alemãs estão sendo organizadas, a exemplo, da preparação de um grupo trabalho em genética bovina, que irá participar, em agosto, da Expointer 2011, no município de Esteio; em outubro, também será preparado um grupo empresarial de Renânia-Palatinado; e, na sequência, em novembro, serão formadas, mais duas missões, uma do Estado de Hessen e outra dos Estados do Leste Alemão, com interesse multissetorial", acrescenta.

Kerber informa também que na mão inversa, a Câmara Alemã está organizando delegações empresariais para a Alemanha, como para a Ligna Hannover - Feira Mundial da Indústria Florestal, de Móveis e da Madeira, no período de 30 de maio a 3 de junho; A Feira Internacional de Processamento de Plástico (Fakuma), em Friedrichshafen, de 18 a 22 de outubro e A Exposição Internacional de Máquinas Agrícolas, Hannover (Agritechnica), que será promovida de 15 a 19 de novembro deste ano.

O gerente-geral diz que o que falta ao Rio Grande do Sul é acreditar mais na sua força e excelência. "Precisamos trabalhar mais num marketing positivo e sistemático. Quando conseguimos trazê-los aqui, eles se maravilham com o que veem", destaca.

Kerber reforça a ideia de que a câmara busca o fortalecimento e a diversificação dos negócios de seus associados; busca, igualmente, a cooperação com os governos das três esferas, e com as instituições empresariais, visando à atração de investimentos para a suas regiões; na ampliação do comércio bilateral e no incentivo à cooperação entre os países do Mercosul e da União Europeia. Ele explica que atualmente as Câmaras Alemãs no Brasil congregam mais de 1.700 associados, entre empresas de capital ou multinacionais alemãs, instaladas no Brasil, e companhias brasileiras com interesses na Alemanha e outros países.

No calendário de atividades deste ano estão agendados também seminários de Meio Ambiente e Eficiência Energética nos processos industriais e apresentações do Sênior Experten Service (SES), serviço subsidiado do Governo e Economia Alemães, representado pela Câmara Alemã de Porto Alegre, que leva consultores seniores ao mundo, a um custo muito baixo.

Informações adicionais: a Câmara Brasil-Alemanha de Porto Alegre está localizada na rua Castro Alves 600. Tel.: (51) 3222.5766.Site: www.ahkpoa.com.br



terça-feira, 15 de março de 2011

A gestão da Amazônia exige criatividade, formação e pesquisa

O professor Jacques Marcovitch, titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP - e ex-reitor da Universidade, entre 1997 e 2001 - lança nesta quarta-feira o livro A Gestão da Amazônia - Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas (São Paulo, Edusp, 2011). Nele, o economista defende que está se formando um circuito virtuoso de estratégias privadas, públicas e de pesquisa científica em prol do desenvolvimento sustentável da região. Casos como o da Beraca, da Agropalma, do Grupo Orsa, da Natura e da mini-marcenaria criada na Reserva Extrativista Auati-Paraná (AM) são exemplos citados pelo autor.


Algumas instituições científicas deram contribuição à obra, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) por meio das reflexões dos cientistas Philip Fearnside e Charles Clement, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) por meio da professora Bertha Becker. A publicação será lançada em um seminário que leva o nome do livro, com a participação destes e outros especialistas e apoio da Fundação Bunge.


O estadao.com conversou com o professor Jacques Marcovitch com exclusividade. Leia trechos da conversa:

O que o motivou a escrever o livro?


Eu posso citar três motivos que me incentivaram: em primeiro lugar, tomei conhecimento da obra de Samuel Benchimol, um filho de judeus marroquinos que há 50 anos já dizia que aquela região estava prestando serviços para o mundo. Foi um pioneiro e um visionário. O segundo motivo é que fui convidado, há 3 anos, para integrar o conselho da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e a cada três meses a gente visita as comunidades. Pude então conhecer a realidade dessas localidades do interior do estado, que são núcleos familiares constituídos em torno de mulheres, de mães, já que os homens acabam saindo para procurar serviço, muitas vezes sazonal. São locais em que as meninas engravidam cedo e de onde, depois de certo tempo, até mesmo as mulheres acabam saindo, porque têm de arranjar meios de sustentar os seus. O desmatamento ilegal é em parte consequência da necessidade de sobrevivência dessas pessoas. O adensamento das cidades também. Em terceiro lugar cito o convívio com os cientistas do Inpa - é meu amigo Adalberto Val, diretor da instituição, quem faz a apresentação do livro. Conheci o trabalho de cisntistas como Charles Clement, que tentam criar meios de geração de atividades econômicas nas comunidades depois de dotá-las com iniciativas voltadas para educação e saúde - sem o que não pode surgir nenhuma atividade sustentável.

O senhor conheceu comunidades que são pioneiras em projetos de REDD no Brasil. O que acha dessa solução da Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação?


Bem, hoje estamos falando de REDD voluntário. Eu diria que é um modelo necessário e viável, mas a crise econômica global de 2008 criou uma situação de lentidão. A Conferência do Clima de Copenhagen sofreu os efeitos da crise econômica e por isso se avançou tão pouco. Em Cancún o mundo teve um alento, pois as discussões foram retomadas. Apesar da lentidão, há projetos, como os das comunidades do Juma (Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma), que vão continuar. A Noruega (que doou a maior parte dos recursos do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES) vai continuar doando, porque ela sabe que o desequilíbrio climático pode influenciar até uma atividade importante para o país como a pesca, por exemplo. Hoje há muitas empresas que sabem que a melhor forma de aumentar a produção agrícola é justamente fomentando a preservação.

Sabemos que a Amazônia é uma colcha de retalhos de contextos e realidades, e que o que vale para o sul do Pará pode não valer, por exemplo, para os lavrados de Roraima. O senhor acha que existe um único modelo de gestão aplicável à região? Como senhor escolheu os cases que entram neste livro?


O que fiz no livro foi procurar mostrar alguns cases. Selecionei, por exemplo, empresas que tiveram a inteligência de se preocupar com o meio ambiente, como a Cikel (madeireira), a Agropalma (que produz óleo de palma), a Beraca (que trabalha com essências da floresta). Esta última, por exemplo, exporta essências para 40 países e sabe que é importante respeitar tripé social-ambiental-cultural, sob pena de ter seu merado encolhido. Agora, evidentemente, cada estado tem sua própria trajetória. O Amazonas, por exemplo, tem 98% de sua cobertura florestal preservada.


Há estudos que dizem que a preservação do Amazonas se deve em muito à instalaçao da Zona Franca na capital, Manaus...


Sim, isso procede. Quando existem polos de geração de empregos de boa qualidade, com condições de trabalho decentes, eles ajudam a preservar a natureza em regiões como a Amazônia. Agora, Manaus não tem apenas empregos decentes - é bom que se diga. Mesmo a Zona Franca tem de mudar para um modelo de evolução tecnológica. O que se espera agora é a criação de centros de pesquisa, para que tenhamos produção de qualidade na Amazônia e profissionais competentes formados lá mesmo. O que temos hoje é a ponta de um iceberg em que há uma minoria de pessoas qualificadas que continua morando, muitas vezes, no Sul do País e só vai para a Amazônia prestar serviços. Para se ter uma ideia, na Amazônia toda há cerca de 3.400 doutores. Só na USP, temos cerca de 5 mil.


Então, que Estado precisamos ter para que a Amazônia se desenvolva de forma sustentável?


Essa ponte entre o econômico e o ambiental é feita com a criatividade humana e não apenas por um Estado que edita leis dizendo o que pode e o que não pode ser feito. Precisamos de formação, de pessoas bem formadas, de pesquisa. A Amazônia responde por 7,8% do PIB brasileiro e recebe apenas 2% dos recursos das áres de ciência e tecnologia disponíveis no País. É desproporcional e insuficiente. Precisamos de uma comunidade ligada ao setor de ciência e tecnologia capaz de incorporar a indignação necessária à iniciativa de criação de mecanismos para resolver os problemas entre ambiente e desenvolvimento.




segunda-feira, 14 de março de 2011

Pesquisa sobre metalmecânica e eletroeletrônica


Uma radiografia do setor para lutar contra a desindustrialização.

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do Rio Grande do Sul está realizando uma radiografia do setor para a adoção de estratégias de apoio que possam contribuir no aumento da competitividade das empresas tendo em vista o processo de globalização da economia e a brutal concorrência de produtos importados, especialmente do mercado asiático. O presidente do Sinmetal, Gilberto Porcello Petry, diz que é cada vez mais imperioso proteger um setor que gera mais de 90 mil postos de trabalho no Estado. Para a execução da pesquisa, foi contratado o IPO – Instituto de Pesquisa de Opinião, com sede em Porto Alegre e que atua na região Sul desde 1996. O trabalho terá três focos básicos de investigação: expectativa sobre o crescimento da empresa e do seu setor de atuação; demanda da área de capacitação profissional; e a atuação do Sinmetal e o contexto de relações do trabalho. O projeto será desenvolvido até o dia 7 de abril de 2011.

Brozauto

A Brozauto ficou, mais uma vez, entre as 30 melhores concessionárias GM do Brasil em índices de satisfação dos clientes. São mais de 530 concessionárias espalhadas pelo território nacional. A Brozauto receberá como prêmio uma viagem para visitar a fábrica de São José dos Campos e cursos de pilotagem para a equipe.

Da Francesco

A rede de pizzarias Da Francesco abriu mais uma unidade, a quarta, na avenida Wenceslau Escobar, 1787, esquina com a rua Copacabana, e funciona de domingo a domingo, a partir das 16h30min. O carro-chefe é o “picadão”.

DSM cresce

A DSM, que tem unidade em Triunfo, no polo petroquímico gaúcho, onde possui a única fabrica de borracha EPDM da América Latina, anunciou a aquisição da americana Martek Biosciences por cerca de US$ 1,087 bilhão. Essa é a primeira grande negociação da empresa após a sua bem- sucedida transformação em uma companhia com foco total em Ciências da Vida e dos Materiais. Juntas, as duas corporações assumem a liderança do mercado de insumos com ácidos graxos poli-insaturados, como o Omega-3 DHA e o Omega-6 ARA. A empresa aumentará suas oportunidades de participação nos segmentos de nutrição e biotecnologia, nutrição infantil, alimentos, bebidas e suplementos, além de criar uma plataforma consistente para competir no mercado de Omega-3 e Omega-6.

Petrobras

A Petrobras promoverá, amanhã, na Fiergs, a partir das 8h30min, seminário para explicar as oportunidades apresentadas a possíveis fornecedores gaúchos para a cadeia do petróleo. A estatal assinou recentemente contrato com a UTC Engenharia para obras dos off-sites (serviços de interligação) das unidades de Hidrotratamento de Diesel e de Geração de Hidrogênio da refinaria Alberto Pasqualini (Refap). A ação, que deve ser concluída em 2013, absorverá um investimento de cerca de R$ 1,6 bilhão e deverá contar com 75% de conteúdo nacional, informa o diretor financeiro e administrativo da Refap, Vicente Rauber. A ideia é incentivar que empresas do Rio Grande do Sul participem dessa iniciativa.

O Dia

• O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, será o palestrante da reunião-almoço do Sinduscon/RS, às 12h30min, sobre “Investimentos realizados em 2010 e perspectivas para 2011”, na sede do sindicato, avenida Augusto Meyer, 146.

• Coletiva da Agas, às 9h, sobre a Páscoa 2011, na rua Dona Margarida, 320.

• CIC Caxias do Sul fará reunião-almoço, com a médica gaúcha Themis Reverbel da Silveira, pesquisadora do Núcleo de Pesquisa em Vacinas e do Laboratório de Hepatologia e Gastroenterologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, às 12h15min.

• Entidades e lideranças de grande representatividade no setor da produção de milho no País estarão, às 14h, durante a 3ª edição do Fórum Nacional do Milho, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque.

• Pablo Tatim tomará posse como diretor da Escola Superior de Estudos Jurídicos, às 14h, na sede do Instituto dos Advogados-RS.

• Primeira reunião do ano do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, às 14h, na Câmara de Vereadores.

• O Ministério Público do Trabalho em Porto Alegre publicará, às 18h, no site www.prt4.mpt.gov.br, os editais de seleção para preenchimento de vagas e formação de cadastro de reserva para estagiários acadêmicos de Jornalismo, Biblioteconomia e de Técnico em Informática. O prazo das inscrições irá até o dia 24.

• Coletiva de imprensa da Associação Gaúcha de Supermercados sobre a Páscoa, na rua Dona Margarida. No ano passado, eles venderam 7,5 milhões de ovos de chocolate, quatro milhões de caixas de bombons e pelo menos 400 toneladas de pescados.

• O Instituto dos Advogados-RS empossará novos associados, às 14h, no Iargs, travessa Acilino de Carvalho, 21, 4º andar.

• A Importadora Porto a Porto fará degustação da Cerveja Paulaner, às 17h, na loja do DC Shopping - loja 173 C.
A Alfamídia Treinamentos inicia a nova formação em 3D para arquitetos e designers.

• O escultor e criador de ovelhas Paulo Aguinski abrirá importante exposição de esculturas em pedra, às 19h, na Universidade Federal de Ciências da Saúde, na rua Sarmento Leite, 245.

• A Cervejaria Colorado, de Ribeirão Preto, participará do primeiro Extra-malte de 2011, que recebe o jornalista canadense Marc Gallichan para falar sobre os festivais internacionais de cerveja e degustar cervejas, às 20h, no Studio Clio.

• O Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho fará reunião-jantar, às 20h, na CIC Caxias do Sul, com a presença do vice-presidente-executivo da Unidade de Polímeros da Braskem, Rui Chammas, que falará sobre os “Desafios da Indústria Plástica de 1ª Geração na década atual”. Laercio Gonçalves, presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Resinas Plásticas, também fará palestra com o tema “Distribuição de Resinas no Brasil”.

• O Sindicato das Indústrias Metalmecânicas e Eletroeletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita promoverá, às 19h, a edição mensal do Happy Hour Empresarial, em sua sede. Gratuito.



sábado, 5 de março de 2011

O Monge e o Executivo, de James Hunter



Capítulo 1
As definições

Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é.
MARGARET THATCHER

Bom dia - meu companheiro de quarto alegremente me disse, ainda na cama, antes mesmo que eu desligasse o despertador. - Sou o pastor Lee, de Wisconsin. E você, quem é?

- John Daily. Prazer em conhecê-lo, Lee. - Eu não quis chamá- lo de "pastor".

- É melhor nos vestirmos, se é que vamos à cerimônia das cinco e meia.

- Vá em frente. Vou dormir mais um pouquinho - resmunguei, tentando parecer sonolento.

- Fique à vontade, parceiro. - Vestiu-se e saiu em minutos. Virei de lado, cobri a cabeça com o travesseiro, mas logo descobri que estava bem desperto e sentindo um pouco de culpa. Então, rapidamente me lavei, me vesti e saí para procurar a capela. Ainda estava escuro, e o chão, molhado da tempestade que devia ter caído à noite.

Eu mal conseguia ver a silhueta do campanário desenhada contra o céu da madrugada no meu caminho para a capela. Uma vez dentro, descobri que a estrutura de madeira velha e hexagonal estava impecavelmente conservada. As paredes eram lindamente adornadas com janelas de vidro colorido, cada uma retratando uma cena diferente. O teto alto, como o de uma catedral, se erguia acima das seis paredes e convergia no centro para formar o campanário. Havia centenas de velas queimando por todo o santuário, espalhando sombras nas paredes e nos vidros coloridos, criando um interessante caleidoscópio de formas e matizes. Do lado oposto à porta de entrada havia um altar simples constituído de uma pequena mesa de madeira com os vários implementos usados durante a missa. Bem em frente ao altar e formando um semicírculo em torno dele dispunham-se três fileiras de 11 cadeiras simples de madeira destinadas aos 33 frades. Apenas uma das cadeiras com um grande crucifixo entalhado no espaldar tinha braços. "Reservada para o reitor", pensei. Ao longo de uma das paredes adjacentes ao altar havia seis cadeiras dobráveis que eu deduzi serem para uso dos participantes do retiro. Silenciosamente, me encaminhei para uma das três cadeiras vazias e me sentei.

Meu relógio marcava cinco e vinte e cinco, mas apenas a metade das 39 cadeiras estava ocupada. No total silêncio, o único som era o tiquetaque melódico de um enorme relógio antigo na parte de trás da capela. Os frades vestiam longos hábitos pretos com cordões amarrados na cintura, enquanto os participantes do retiro usavam roupas informais. Às cinco e meia todos os assentos estavam ocupados.

Quando o enorme relógio começou a bater a meia hora, os frades se levantaram e começaram a cantar uma liturgia, felizmente em inglês. Os participantes do retiro receberam folhetos para acompanhar, mas eu me vi perdido virando as páginas para a frente e para trás, numa tentativa inútil de procurar o texto entre as várias seções de antífonas, salmos, hinos e respostas cantadas. Finalmente desisti de procurar e apenas fiquei sentado ouvindo o canto gregoriano, de que gostava especialmente.

Depois de aproximadamente 20 minutos, a cerimônia terminou tão repentinamente quanto havia começado, e os frades seguiram o reitor para fora da igreja em fila indiana. Olhei para os rostos, tentando distinguir Len Hoffman. Qual deles seria?

LOGO DEPOIS da cerimônia religiosa, caminhei em direção à pequena biblioteca, bem pertinho da capela. Eu queria fazer uma pesquisa na internet, e um frade velho e extremamente solícito me mostrou como conectar.

Havia mais de mil itens sobre Leonard Hoffman. Depois de uma hora de busca, encontrei um artigo sobre ele em um número da revista Fortune de 10 anos atrás e o li, fascinado.

Len Hoffman formara-se em Administração de Empresas pela Faculdade Lake Forrest State, em 1941. Pouco depois, os japoneses atacaram Pearl Harbor, tirando a vida de seu melhor amigo de infância - um golpe arrasador que o levou a juntar-se aos milhares de jovens que se alistaram nessa ocasião. Hoffman entrou para a Marinha como oficial comissionado e rapidamente galgou postos até ser promovido a comandante de uma lancha destinada a patrulhar as ilhas Filipinas. Em missão de rotina, mandaram-no prender uma dúzia de japoneses, inclusive três oficiais que se haviam rendido depois de uma luta feroz em sua área de patrulhamento. Hoffman recebera ordem de mandar os oficiais japoneses e seus homens se despirem para serem algemados, colocados na lancha de patrulha e transportados a um destróier afastado alguns quilômetros da costa. Apesar da animosidade que pudesse ter em relação aos japoneses, que tinham matado seu amigo em Pearl Harbor, Hoffman impediu que os oficiais e seus homens fossem humilhados e permitiu que fossem transportados sob vigilância, mas vestidos com seus uniformes.

A desobediência à ordem de seu superior colocou-o em maus lençóis, mas essa situação foi logo superada. O único comentário de Hoffman sobre o evento foi: "É importante tratar outros seres humanos exatamente como você gostaria que eles o tratassem." Hoffman foi muito condecorado antes da baixa no final da guerra.

O artigo dizia que no mundo dos negócios Hoffman era muito conhecido e respeitado como executivo, e sua habilidade para liderar e motivar pessoas tornou-se lendária nos círculos empresariais. Ficou conhecido como a pessoa capaz de transformar várias companhias à beira do colapso em negócios de sucesso. Foi autor do best-seller The Great Paradox: To Lead You Must Serve (O grande paradoxo: Para liderar você deve servir), um livro simples de 200 páginas que permaneceu entre os 50 mais vendidos do New York Times durante três anos e por mais cinco na lista dos 10 mais vendidos do USA Today.

A última realização de Hoffman no mundo dos negócios foi a ressurreição de uma antiga empresa gigante, a Southeast Air. Apesar da renda anual de mais de cinco bilhões de dólares, a má qualidade dos serviços e o baixo moral dos funcionários da Southeast fizeram dela objeto de zombaria na indústria aeronáutica. A companhia tinha tido um prejuízo de um bilhão e meio de dólares nos cinco anos anteriores à gestão de Hoffman como presidente.

Contra todas as expectativas, Hoffman equilibrou as contas da Southeast em apenas três anos. Investiu na qualidade do serviço e na pontualidade dos vôos, tirando a companhia aérea do fundo do poço e levando-a para um sólido segundo lugar do setor.

Vários empregados de Hoffman, seus companheiros na Marinha e nos negócios, assim como alguns amigos, foram entrevistados para o artigo. Vários deles falaram espontaneamente sobre seu amor e afeição por Hoffman. Alguns o viam como um homem profundamente espiritualizado, embora não necessariamente religioso. Outros o consideravam um homem íntegro com traços de caráter altamente evoluídos e "não deste mundo". Todos se referiram à sua alegria de viver. O autor do artigo da Fortune concluía que Len Hoffman "parecia ter descoberto o segredo da vida bem-sucedida", sem acrescentar qual seria.

O último artigo que encontrei na internet foi numa Fortune do final dos anos 1980. Ele dizia que, aos sessenta e poucos anos e no topo de uma carreira bem-sucedida, Hoffman demitira-se e desaparecera. Um ano antes sua esposa, com quem estivera casado durante 40 anos, tinha morrido repentinamente de um aneurisma cerebral, e muitos acreditavam que este fato provocara sua partida. O artigo concluía dizendo que o desaparecimento de Hoffman era um mistério, mas havia rumores de sua adesão a uma seita secreta ou algo assim. Seus cinco filhos, todos casados e com filhos, não forneciam informações sobre o seu paradeiro, apenas dizendo que ele estava feliz, saudável e queria ficar sozinho.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Stora Enso investe em celulose no Uruguai

O dinheiro que a empresa sueco-finlandesa Stora Enso pretendia aplicar na construção de uma fábrica de celulose, na zona Sul do Rio Grande do Sul, já era. O grupo assinou contrato com o governo uruguaio e já está iniciando as obras de uma fábrica de celulose em Punta Pereira, próximo a Conchillas, na cidade mística-histórica de Colônia, com funcionamento prometido para 2013 e produção de 1.300 toneladas/ano de celulose. O consórcio Montes de Plata, formado pela Stora Enso e a chilena Arauco, deverá aplicar US$ 1,9 bilhão na construção da fábrica, de uma unidade de biomassa e num porto, criando 500 empregos diretos e 2 mil indiretos. Aqui, o projeto Stora Enso foi suspenso, adiado ou cancelado devido às dificuldades que a empresa encontrou para adquirir as terras necessárias ao florestamento para dispor de matéria-prima, pois a legislação brasileira impede a aquisição de áreas numa extensão de 150 quilômetros a partir da fronteira. Grande parte do Estado, então, ficou interditada à companhia.

Celulose II

Por falar em celulose e investimento, não se ouviu mais falar sobre três projetos neste setor que estavam previstos para o Rio Grande do Sul: a duplicação da antiga Aracruz, hoje Celulose Riograndense, depois de adquirida pela chilena Compañia Manufacturera de Papeles Y Cartones, que chegou a anunciar investimento entre US$ 2,8 bilhões e US$ 3 bilhões; a fábrica de celulose da Votorantin, na Metade Sul; e outro empreendimento da Fibria. O Grupo Votorantin divulgou, ontem, que vai investir R$ 5 bilhões, em 2011, mas não citou nada para o Rio Grande do Sul. Num primeiro momento, culpou-se a crise econômica internacional iniciada em 2008 pelo adiamento; depois, não se comentou mais nada.

Metalmecânica

O setor metalmecânico e eletroeletrônico gaúcho fechou 2010 com um crescimento em torno de 19% na comparação com 2009, correspondendo ao dobro da média da indústria do Estado. O balanço é do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico do Rio Grande do Sul, divulgado ontem pelo presidente da entidade, Gilberto Porcello Petry. O PIB do setor chegou a R$ 19,17 bilhões em 2010, uma expansão de 22,5% sobre o ano anterior. Em números absolutos, a indústria metalmecânica gaúcha fechou 2010 empregando 212,1 mil trabalhadores, o que representou um aumento de 15,0% em relação a 2009. As importações cresceram 40,7% e as exportações 31,1%, gerando um déficit que mostra o perigo da desindustrialização do Estado.

Tecnotêxil

A desoneração da produção, a criação e fortalecimento de barreiras não tarifárias contra a importação desleal de produtos, o incentivo às exportações nacionais, redução da carga tributária (especialmente folha de pagamento), aumento no número de empregos, entre outros temas, certamente estarão em debate, em abril, durante a feira Tecnotêxtil, organizada pela empresa gaúcha Fcem. Estas, ao menos, são as reivindicações mais caras ao industrial Aguinaldo Diniz Filho, mineiro de Curvelo, reeleito presidente da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) por mais três anos. O setor têxtil brasileiro emprega 1,7 milhão de pessoas e, no momento, sofre violenta concorrência dos produtos vindos da Ásia.

Capital do cordeiro

O município de Livramento, que possui o maior rebanho ovino do Rio Grande do Sul, com cerca de 500 mil animais (já teve 900 mil, mas a crise da lã diminuiu a criação), poderá transformar-se na Capital Estadual da Produção de Ovinos, conforme projeto de lei protocolado, segunda-feira, na Assembleia Legislativa, pelo deputado Miki Breier. A medida se alinha à batalha do vereador santanense Batista Conceição (PSB) no empenho pelo reconhecimento da produção e na divulgação da carne de ovelha. Com o título, a expectativa é de se alcançar através da divulgação do produto o aumento na produção, dinamizando a economia da cidade e gerando novos empregos. Em alta, a carne de cordeiro conquistou adeptos e espaço nos cardápios mais refinados, mas os produtores precisam de financiamento para reter matrizes, aumentar os rebanhos e melhorar os abates e a comercialização.

Capital II

O governador Tarso Genro e o secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, anunciaram linha de crédito para a retenção de matrizes, mas tal possibilidade ou o dinheiro ainda não chegaram ao alcance dos produtores. No passado recente, outros governos fizeram as mesmas promessas, que não saíram do papel. Em recente reunião na Secretaria da Agricultura e Pecuária, foram definidos quatro grupos para tratar da ovinocultura. Os criadores de ovelhas e futuros empreendedores estão na expectativa. Dentro de seu projeto de valorizar os ovinos, o vereador Batista Conceição prepara um Festival Gastronômico do Cordeiro para ser realizado em Livramento.

Cub

O Sinduscon-RS divulgou, ontem, o CUB/m2, valor do metro quadrado da construção em fevereiro. Os materiais de construção que mais subiram foram vidro liso transparente 4mm (4,50%), aço CA-50 Ø 10mm (2,87%), brita nº 02 (2,69%), porta lisa p/pintura (2,62%) e fio de cobre antichama, isolamento 750V, #2,5mm2 (2,08%).

O dia

• O Hospital Moinhos de Vento fará entrevista coletiva de imprensa, às 9h30min, sobre a inauguração da Maternidade Helda Gerdau Johannpeter. A Maternidade ocupa três andares (do 8º ao 10º andar), com entrada pela rua Tiradentes, 333.

• O Aldeia Praia Shopping, em Xangri-lá, fará liquidação até o Carnaval.



terça-feira, 1 de março de 2011

Opinião Econômica - Tentar sempre vale a pena

Benjamin Steinbruch

Folhapress/Divulgação/JC
Steinbruch é diretor-presidente da CSN e primeiro vice-presidente da Fiesp
Steinbruch é diretor-presidente da CSN e primeiro vice-presidente da Fiesp

As últimas maravilhas eletrônicas mostradas semanas atrás na Consumer Electronics Show, feira de Las Vegas, me fizeram lembrar de peripécias de Nissim, amigo de longa data, com seu computador. Ele é muito engraçado quando conta esse caso.

A história começa com a compra de um PC novo, porque Nissim estava cansado da lentidão e dos problemas do velho. "Um avião, com 500 gigas no disco rígido, 10 gigas de memória etc. etc. etc." A máquina ganha elogios, funciona muito bem durante alguns meses até que, aos poucos, passa a escravizar o pobre Nissim.

Provavelmente, "a droga de um vírus apoderou-se dos arquivos", diz Nissim. Tão logo o PC abre, começa a ser baixado um programa que ele não sabe de onde veio nem para que serve. "‘Continuar ou parar?", pergunta o programa. Nissim clica em parar, o computador abre, mas no dia seguinte vem a mesma coisa. Até que, quebrando a cabeça, consegue desativar um dispositivo e o intruso desaparece.

Mas por que esse computador afinal demora tanto para abrir? Meu amigo se irrita com isso. Tem uma conta para pagar no banco pela internet e não quer perder tempo. Mas o computador roda, roda, roda. Está "inicializando".
Nissim se considera jovem, mas se lembra das TVs do tempo da válvula, que demoravam uns dois minutos para esquentar. Será que computador tem válvula? "Não, a máquina precisa rodar os programas antes de abrir", explica-lhe um entendido. Mas, afinal, não poderia rodar mais depressa?

A regra número um para os escravos do computador é não ter pressa. Nissim apela para um técnico e observa quão paciente ele é. Espera calmamente baixar um programa, entra em diversos sites em busca de ajuda, não se incomoda com a ampulheta virando, virando, preenche sem tédio formulários de identificação e reinicia a máquina quantas vezes forem necessárias.

Valeu a calma do técnico. O "avião" do Nissim volta a voar. Não por muito tempo. Logo aparece um aviso: "Seu antivírus está desatualizado e seu computador está em perigo". Estava mesmo. Outro ataque faz estrago em um arquivo qualquer.

"Quer atualizar seu antivírus?" Nissim quer, mas fica pensando se o que lhe oferecem é mesmo um remédio ou outro intruso, outro invasor oportunista abusando de sua pouca experiência virtual.

Aí meu amigo se irrita muito e decide "fechar essa droga". E cai no "gerenciador de tarefas", que lhe pergunta: "Finalizar agora?". Ele diz que sim, mas o computador não finaliza nada. Lá se vão mais alguns minutos com a máquina pensando e a ampulheta virando até que Nissim fica furioso, aperta ctrl-alt-del, mas o PC se recusa a apagar. Então ele apela para o botão "power".

Em vez de desligar e acabar com a sua agonia, a máquina faz uma nova ameaça: "Você decidiu fechar o programa Internet Explorer. Informe este problema à Microsoft. Deseja enviar relatório de erros?".

A primeira coisa que Nissim pensa é "não vou enviar coisa nenhuma", porque teme o risco de que esse endereçamento o faça esperar ainda mais. Mas ele se lembra de um colega que sempre clica no "enviar", só para castigar a grande companhia multinacional fabricante do sistema operacional. E envia, mas jamais saberá se a mensagem chegou ao destinatário ou se serviu para alguma coisa.

Enfim, o computador desliga, mas no dia seguinte, Nissim não escapa de outra ameaça. "O Windows não foi desligado corretamente", blá-blá-blá, blá-blá-blá, blá-blá-blá. "Deseja reiniciar?"

Sim, o Nissim deseja reiniciar. Não o faria se o computador não fosse tão necessário. Com a internet, virou pau para toda a obra. Lembra do número de coisas que já faz pelo PC: paga contas; transfere recursos de um banco a outro; faz compras sem tirar o pé de casa, inclusive de ingressos para cinema e teatro; lê jornais e revistas; consulta dicionários e enciclopédia; baixa músicas; até vê filmes e televisão ao vivo.

Nissim reflete sobre isso tudo e, com muita pena, pão-duro que é, decide colocar a mão no bolso e trocar o PC outra vez. "Um ‘avião', com uma velocidade incrível", gaba-se meu amigo. E começa tudo de novo.


Diretor-presidente da CSN, presidente do conselho de administração da empresa e primeiro vice-presidente da Fiesp