segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Inovação favorece novos braços financeiros


Tendência é de que corporações faturem mais atuando em áreas diferentes e ampliem os investimentos


MARCELO G. RIBEIRO/JC" rel="lightbox">
Mudanças tecnológicas contribuem para a mudança, destaca Fritsch

O que leva uma empresa a faturar bem mais que o dobro de seus rendimentos, em apenas um ano? As respostas podem ser muitas: inovação, ousadia, parcerias bem-sucedidas, uso de novas tecnologias, investimentos em produtos e processos. A fórmula que une todas estas alternativas é o segredo do salto em faturamento dado pela gaúcha AST Facilities, que hoje multiplica por seis a cifra de R$ 35 milhões arrecadada em 2008.

Outras histórias de sucesso provenientes de apostas em produtos ou serviços em áreas distintas da original em grandes corporações são exemplos de que, cada vez mais, existe uma tendência em se criar braços financeiros para determinadas marcas consolidadas no mercado. Segundo especialistas, esta iniciativa deverá predominar no mundo dos negócios nas próximas décadas.

Durante dez anos, a AST Facilities se especializou em fornecer mão de obra temporária para outras companhias.Em 2009, a empresa decidiu dar uma guinada em sua história e lançou no mercado um sistema de higienização a seco, que utiliza um produto inovador, capaz de gerar uma economia considerável de água em um processo de lavagem. Utilizando os conceitos de sustentabilidade e flexibilidade no setor de prestação de serviços de limpeza de ambientes corporativos, alcançou ganhos de produtividade significativos e conquistou seis contas com grandes empreendimentos, entre eles dois restaurantes Dado Bier e o Bourbon Country, da Companhia Zaffari de Supermercados.

Hoje, o carro-chefe da AST continua sendo a disponibilização de profissionais para o mercado, mas 30% de sua receita já não provêm deste nicho, e sim dos serviços de higienização de ambientes corporativos. Na área de serviços administrativos, a companhia oferece soluções de apoio e suporte de pessoal, com profissionais treinados.

Implementar braços financeiros em uma empresa não é um modelo inédito no mercado. Outras marcas têm investido na prática de outros nichos dentro da mesma empresa, ampliando o leque de atuação no mercado, e consequentemente, as possibilidades de obter rendimentos. É o caso da Certel, cooperativa de desenvolvimento de Teutônia (RS), que criou uma rede de eletromóveis, hoje com mais de 70 lojas no Estado. Na cidade de Vera Cruz (RS), a Kopp Tecnologia, que inicialmente produzia boliches, hoje fornece equipamentos de trânsito (como pardais, por exemplo) para todo o Brasil.

Constantes mudanças tecnológicas e novas oportunidades de desenvolver “outros negócios dentro de um negócio” são apontadas pelo consultor de varejo Xavier Fritsch como as causas principais para esta tendência. “O mundo está em ebulização de mudanças, tudo está se transformando rapidamente. Abrir o ramo de atuação é estar inserido neste modelo”, observa. “A tecnologia cria novos produtos e novas formas de venda. Estas duas inovações vão beneficiar as empresas que se aproveitarem destas oportunidades”, ressalta, citando o caso dos supermercados e da rede de lojas Casas Bahia, que passarão a vender passagens aéreas das empresas TAM e Azul no crediário.

Também na onda de aproveitar oportunidades da nova era para alavancar negócios, as operadoras Visa e Mastercard desenvolveram tecnologia que permite que profissionais autônomos realizem vendas utilizando o telefone celular como máquina leitora de cartão de crédito.

A novidade já foi homologada pelas duas bandeiras e pelo Banco Central. “As mudanças na forma de vender ainda irão gerar muitas outras formas de comércio e, na carona disso, outros negócios. Esse modelo que está sendo aplicado pela AST no setor de higienização é mais um de muitos que virão pela frente”, prevê Fritsch.

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