Os produtores interessados em acessar financiamento para compra de máquinas e implementos agrícolas através do programa Mais Alimentos contarão com benefícios extras. Além da perenização do programa, anunciado em abril pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, o teto limite para cada produtor será reajustado de R$ 100 mil para R$ 130 mil. "Muitas vezes, esse valor inviabilizava a compra do trator e do implemento juntos, agora vai ficar mais fácil", disse o presidente do Sindicato de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Cláudio Bier.
Outra novidade para este ano se refere à possibilidade de criação de grupos de agricultores familiares para a contratação de até R$ 500 mil para a aquisição de máquinas como colheitadeiras e pulverizadores. Conforme dados do MDA, em março deste ano foram vendidos 3,17 mil tratores. Em fevereiro, esse volume ultrapassou 3,32 mil unidades e em janeiro foram computadas 3,12 mil máquinas. No acumulado do programa, de 1 de setembro de 2008 até 31 de março de 2010, foram comercializadas 25,1 mil unidades, que incluem as potências de 11 CV a 78 CV.
O Simers contabiliza R$ 2,75 bilhões aplicados pelo governo federal desde que o programa foi criado, em 2008, o que gerou 59 mil contratos assinados em todo o Brasil. As entidades não dispõem dos dados por estado, mas revelam que apenas a região Sul foi responsável por 75% da comercialização - Sudeste (15%), Nordeste (5%), Norte (3%) e o Centro-Oeste (2%). A atividade leiteira lidera a lista das que mais captaram recursos do programa, com 24%.
Para a agricultura familiar gaúcha, a continuidade do programa e a ampliação do limite de crédito. De acordo com o assessor de Política Agrícola da Fetag, Airton Hochscheid, por ser mais amplo e ao permitir a formação de pool de produtores, o programa poderá também contemplar a compra de outros tipos de máquinas essenciais para o trabalho no campo, caso das colheitadeiras e dos equipamentos de irrigação. Alertou, no entanto, que a busca de financiamento só deve ser feita por quem realmente necessite. "É preciso ter pé no chão para depois não ficar com parcelas que não consegue pagar", disse.
A expectativa do setor é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncie as novidades em junho, durante o Plano Safra 2010/2011. Apesar do aumento do limite, as condições de pagamento continuam inalteradas, com 10 anos para começar a quitar as parcelas, três anos de carência e juros a 2% ao ano. Os tratores que hoje estão enquadrados no programa custam em torno de R$ 87 mil. As plantadeiras, um dos implementos mais caros, são vendidas em média por R$ 17 mil.
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